sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Simplício


Foto: Hamilton Kenji Kuniochi


(Itu, São Paulo em 05/10/1916 - Itu em 14/02/2004)

Francisco Flaviano de Almeida, mais conhecido como Simplício, foi um humorista brasileiro. Ele é o responsável pela fama de Itu como "a cidade onde tudo é grande".

Seu interesse pela carreira artística surgiu quando ele assistiu ao espetáculo de circo que passava pela cidade. Ele ficou impressionado a ponto de deixar sua cidade e ir embora junto com os artistas do circo, tornando-se um deles.

Com a companhia rodou o interior do estado de São Paulo e grande parte do país, acabando por conhecer o ator Manuel de Nóbrega, que o convidou para trabalhar na TV.

Já morando na cidade de São Paulo, passou a trabalhar em programas humorísticos nas rádios Cultura ("O Clube dos Mentirosos") e Piratininga ("Torre de Babel"). Ele fez parte do primeiro programa de humor da televisão brasileira, "A Praça da Alegria", veiculado pela TV Tupi e apresentado por Manuel de Nóbrega.

Simplício ainda passou pela Rede Record, Bandeirantes, Rede Globo e SBT. Foi na Rede Globo, em 1967, que ele começou a fazer o personagem que divulgava Itu como "a cidade onde tudo é grande" – o que começou como piada mas acabou virando marca da cidade, tornando Simplício muito querido entre seus conterrâneos.

Numa das clássicas cenas de seu personagem de Itu, este entrava em cena com a mulher, Ofélia, e dizia o texto (com um carregado sotaque interiorano): "Vai, Ofélia, diga para o homem de que tamanho é a abóbora lá de Itu!" – ao que a mulher respondia, abrindo os braços: "É deste tamanho!" – e ele retrucava, bravo: "Não Ofélia, não é a pitanga, é a abóbora!".

Seu último trabalho na televisão foi no programa "A Praça é Nossa" do SBT.

Antes da carreira artística, Simplício trabalhou como vendedor em um armazém e também numa fábrica de tecidos em Itu, além de ter sido pipoqueiro, engraxate, jornaleiro e vendedor de lanche nos trens.

Ele gostava muito de música e tocava bateria, e chegou a ser Secretário Municipal da Cultura e Turismo em Itu.

Simplício casou-se em 1959 com Helena Maria de Almeida e teve dois filhos, Francisco Alberto e Luiz Eduardo e vários netos.

Em uma de suas últimas entrevistas, Simplício contou que passou a ser chamado por esse apelido em sua estréia no circo, na cidade de Amparo, quando alguém o lembrou que ele precisava de um nome artístico. "Eu sempre fui um cara muito simples, quase simplório, aí começaram a me chamar de Simplício" – disse ele.

Simplício morreu aos 87 anos em um hospital em Itu, vitimado por uma hemorragia interna, decorrente da falência múltipla dos órgãos. O então prefeito de Itu, Lázaro Piunti, decretou luto oficial por três dias, e o orelhão e o semáforo gigantes da praça Padre Miguel (objetos inspirados pelo comediante e símbolos da cidade) amanheceram envolvidos por laços pretos. O comércio central trabalhou com as portas entreabertas, em sinal de luto.

Seu corpo foi enterrado no Cemitério da Saudade, em Itu, onde foi homenageado pela Prefeitura e pelo Corpo de Bombeiros.

Fonte: Wikipédia.

Texto: Rodolfo Bonventti

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