quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Glauce Rocha


Foto cedida por Orias Elias

(Campo Grande em 16/08/1930 - São Paulo em 12/10/1971).

A atriz Glauce Elddé Araújo Rocha, conhecida como Glauce Rocha, nasceu na capital do Mato Grosso do Sul. Segundo sua sobrinha, Leonora Rocha, essa data ainda é discutida: ”Há uma história de que minha avó teria modificado a data de nascimento para que Glauce pudesse entrar mais cedo na escola”.

Os pais de Glauce eram Leopoldino de Araújo Rocha e Edelweiss Ilgenfritz Rocha.

A mãe, gaúcha, foi criada em Campo Grande. O pai era soldado e viera de Alagoas ainda rapazote. Casaram-se e tiveram cinco filhos: dois homens e três mulheres, sendo Glauce a caçula.

Aos cinco anos de idade, Glauce enfrentou uma tragédia que marcaria o resto de sua vida. Em visita a Bela Vista, no interior de MS, para uma festa de batizado, o pai, tenente, foi assassinado. Os detalhes do episódio ficaram tão gravados na mente de Glauce que puderam ser perfeitamente reproduzidos por um de seus amigos mais próximos em relato a José Octávio Guizzo, advogado e pesquisador de Campo Grande, autor do livro "Glauce Rocha, Atriz, Mulher, Guerreira", certamente o estudo mais completo já publicado sobre a atriz.

Ainda menina foi enviada pela família para Minas Gerais, onde passou três anos estudando em colégio de freiras, em regime de semi-internato.

Em 1949, Glauce Rocha mudou-se para Porto Alegre, onde moravam seus avós maternos, para preparar-se para o vestibular. No colégio Júlio de Castilho, teve como colega de sala o futuro ator Walmor Chagas. No fim do ano, decidiu prestar o concurso no Rio de Janeiro.

Reprovada no vestibular, Glauce se inscreveu no Conservatório Nacional de Teatro. Lá, teve aulas com Ester Leão, Maria Clara Machado, Luísa Barreto Leite, dentre outros. Foi aí que se apaixonou definitivamente pela arte de interpretar.

Começou apresentando peças teatrais infantis. No início, entre 1950 e 1951, era uma das integrantes do Grupo "Os Fabulosos". Sua primeira aparição profissional no teatro foi com a Companhia de Alda Garrido, em 1952, no Rio de Janeiro, na peça "Madame Sans Gene". Um de seus colegas era o ator Milton Morais, com quem se casou em 1952. Mas, logo se separaram.

Seu primeiro papel de destaque, já em 1953, foi ao lado de Alda Garrido em "Dona Xepa", de Pedro Bloch. Foi dirigida por Jaime Costa, em "É Agora Suzana", de Ladislau Fodor, em 1955. No ano seguinte, atuou sob a direção de Ziembinski, na temporada carioca de "Divórcio para Três", de Victorien Sardou, originalmente montada pelo Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, em 1953.

Em 1957, atuou em duas peças de Eugène Ionesco, realizações de Luís de Lima: "A Lição" e "A Cantora Careca". Seu primeiro prêmio veio em 1958, com "Moral em Concordata", de Abílio Pereira de Almeida, com direção de Flaminio Bollini.

Durante dois anos atuou nos espetáculos do Teatro Nacional de Comédia, TNC, em que protagonizou "A Beata Maria do Egito", de Rachel de Queiroz, 1959; "As Três Irmãs", de Anton Tchekhov, 1960, como a personagem Olga e "Não Consultes Médico", de Machado de Assis, 1960, como D. Leocádia.

Em 1960, atuou no Pequeno Teatro de Comédia como protagonista de "Doce Pássaro da Juventude", de Tennessee Williams, sob direção de Ademar Guerra - pelo qual recebeu o prêmio de melhor atriz da Associação Paulista de Críticos Teatrais, APCT - e em "Plantão 21", de Sidnei Kingsley, direção de Antunes Filho.

Participou de montagens do Grupo Decisão, com direção de Antônio Abujamra: "Terror e Miséria no III Reich", de Bertolt Brecht, 1963; e "Electra", de Sófocles, 1965. O crítico Yan Michalski observa, a respeito de seu desempenho na cena em que a protagonista trágica recebe a urna contendo as cinzas do irmão, que "a atriz atinge um nivel de inspiração excepcionalmente elevado e projeta sua emoção para a platéia com um impacto impressionante".

Em 1964, foi dirigida por Rubens Corrêa em "Além do Horizonte", de Eugene O'Neill; e "À Margem da Vida", de Tennessee Williams. Para Glauce Rocha, o papel mais difícil que viveu foi o de GH, extraído do romance de Clarice Lispector, "A Paixão Segundo GH", no espetáculo "Perto do Coração Selvagem", primeira direção de Fauzi Arap, em 1965.

Em 1968, no Teatro Jovem, interpretou a protagonista de "Um Uísque pra Rei Saul", de César Vieira, sob a direção de B. de Paiva, que lhe valeu o Prêmio Molière de melhor atriz. Em 1969, atuou em "O Exercício", de Lewis John Carlino, com o mesmo diretor. Segundo o crítico Sábato Magaldi, um "magnífico desempenho", ao lado de Rubens de Falco, conquistando em São Paulo o Prêmio Governador do Estado.

No cinema, Glauce Rocha atuou em "Terra em Transe" (1967); "Navalha na Carne" (1969); "Um Homem Sem Importância" (1971), entre outros 25 filmes. Segundo a crítica Mariângela Alves de Lima, Glauce Rocha atingiu, na interpretação da prostituta Neusa Sueli, em "Navalha na Carne", uma "singular construção reducionista", economizando na configuração do trágico: "É incapaz de esboçar gestos à altura das violências que a atingem. O rosto, encoberto pelo cabelo em desalinho e a voz que não tem força para o grito, que, ao contrário, se reduz a um murmúrio quando o sofrimento se intensifica, reforçam a idéia de que há sempre um degrau mais baixo nesse calvário de humilhação. Glauce percorre, enfim, o caminho inverso ao da progressão dramática, retirando camadas de vitalidade da sua personagem até conduzi-la ao impressionante mutismo final".

Na televisão, Glauce Rocha participou de novelas na Rede Globo, dentre as quais "A Última Valsa"; "Véu de Noiva" e "Irmãos Coragem" e, na TV Tupi, fez "Hospital", seu último trabalho na TV.

Glauce Rocha morreu precocemente, de enfarto fulminante, aos 38 anos de idade, em 1971. Recebeu um Prêmio Molière póstumo, pelo conjunto de trabalhos.


Fontes: Site Itaú Cultural, Site Adoro Cinema Brasileiro, Wikepedia, Site Mulheres do Cinema Brasileiro; Acervo de Fotos de Orias Elias.

Márcia de Windsor




(Ouro Preto, Minas Gerais em 03/10/1933 - São Paulo, 04/08/1982).

Márcia Couto Barreto, verdadeiro nome de Márcia de Windsor, era descendente de duas famílias tradicionais de Ouro Preto e Diamantina, e desde pequena ela demonstrava muita classe e elegancia. Resolveu romper com as tradições da família aos 17 anos quando decidiu se casar com um fazendeiro, 25 anos mais velho que ela, em Ilhéus, na Bahia. O casamento gerou dois filhos, o também ator Arlindo Barreto e Gilberto Márcio, e não durou mais do que cinco anos.

Cantar era seu "hobby", e o sucesso e a opção pela carreira artística vieram no final da década de 50 quando ela já morava no Rio de Janeiro.

Márcia estreou como vedete em um show na reabertura do Copacabana Palace, em 1958 ao lado de Elizeth Cardoso e Consuelo Leandro e o nome artístico adotado foi uma sugestão do jornalista Stanislaw Ponte Preta que disse que ela lembrava uma Duquesa de Windsor.

Estreou na TV Rio como cantora e apresentadora. Na TV Record apresentou o programa "Acumulada Musical" ao lado do comediante Renato Côrte Real. Famosa jurada dos programas "A Grande Chance" e "Boa Noite, Brasil", de Flávio Cavalcanti destacou-se mesmo com seu comportamento extremamente bondoso para com os calouros e os gestos suaves e elegantes, que tornaram-se sua marca registrada. E tinha um jargão que ficou famoso: "Nota 10".

Como atriz participou de 30 peças de teatro. Atuou em "Os Direitos da Mulher", "Bem Amada" e "Família Pouco Família", entre muitas outras.

No cinema, fez "As Sete Evas"; "Sangue na Madrugada"; "Crônica da Cidade Amada"; "22-2000 Cidade Aberta" e "O Mundo Alegre de Helô".

Atuou em cerca de 15 novelas. Na TV Globo fez "O Sheik de Agadir" na década de 60. Depois foi para a TV Excelsior, onde participou das novelas "Os Fantoches"; "A Menina do Veleiro Azul" e "Os Estranhos". Na TV Tupi, Márcia de Windsor atuou em "Bel Amy"; Na Idade do Lobo" e "O Profeta". Na TV Bandeirantes, participou de "Venha Ver o Sol na Estrada"; "Cara a Cara"; "Cavalo Amarelo"; "Os Adolescentes" e "Ninho de Serpente".

Era o dia 4 de agosto de 1982 quando morreu, vítima de um enfarto agudo, no quarto que ocupava nenhuma Hotel San Raphael, em São Paulo. Márcia estava na capital paulista para gravar os últimos capítulos da novela "Ninho da Serpente" e, na noite anterior, havia participado de um programa semanal da emissora, o "Boa Noite Brasil".

Fonte e Fotos: Arquivo Pessoal de Andreia Gatti, Museu da TV, IMDB, Memória Viva (O Cruzeiro), Portais de notícia -->

Adriana Prieto




(Buenos Aires, Argentina em 1950 - Rio de Janeiro em 24/12/1975).

Adriana Prieto nasceu na Argentina, filha de pai chileno e mãe brasileira, e veio para o Brasil aos quatro anos de idade.

Menina reservada, apenas revelava que era filha de um pai ausente, um irmão homossexual e uma mãe a quem rejeitava, mas com a qual se preocupava, apesar de a terem mandado para um internato de freiras. Num dos raros desabafos, com a amiga Márcia Rodrigues, contou que essas mesmas freiras a molestaram, o que teria reforçado sua fragilidade, abreviado sua infância e, talvez a tenha impedido de desenvolver a sexualidade de maneira livre e boa. Adriana não se despia na frente das amigas, todas adolescentes desinibidas criadas à beira da praia do Rio de Janeiro; curiosamente, deixou para fazê-lo mais tarde nas telas. Nem tampouco falava de sexo, assunto quase que predominante naquele mundinho feminino cheio de fogo e de curiosidade em relação aos homens.

Seu irmão Carlos, segundo conta a amiga e atriz Márcia Rodrigues, tomou Adriana como "projeto de vida". Era evidente o esforço excessivo que Adriana fazia para caber naquele personagem anacrônico, híbrido, que o irmão escrevera para ela: ele a maquilava, escolhia suas roupas, a ensaiava e ensinava a imitar atitudes, gestos, olhares de Marlene Dietrich. E Adriana se deixava guiar pelo sonho do irmão, que nascera desejando ter sua beleza, seu talento e seu sexo. E lá ia ela, atuando, até certo ponto, como uma Greta Garbo de subúrbio, como diria, talvez, Nelson Rodrigues.

Na tela, o que predominava era seu frescor, seu talento. Quando ela ganhou seu primeiro dinheiro de verdade, investiu em um apartamento em Copacabana, onde instalou mãe e irmão.

Sua estréia no cinema já foi com destaque, no filme cult de Nelson Pereira dos Santos, `El Justiceiro`, em 1967. A atriz tem apenas pequenas passagens pela TV, sendo o cinema o seu veículo escolhido. E foi nele que construiu uma carreira de 18 filmes e trabalhou, entre outros, com nomes fundamentais do Cinema Novo como o citado Nelson, David Neves, Roberto Santos e Arnaldo Jabor.

A atriz, que ao estrear em "El Justiceiro" ganhou o prêmio Governador do Estado, recebeu o prêmio `Air France` em 1971 por "Lúcia McCartney - Uma Garota de Programa". Adriana Prieto tem momentos marcantes também em "Os Paqueras"; "Memórias de Helena"; "O Palácio dos Anjos"; "Um Anjo Mau", "A Viúva Virgem" e "O Casamento", seu impactante último trabalho.

Adriana participou dos filmes:

- `El Justiceiro` (1967), de Nelson Pereira dos Santos;
- `A Lei do Cão´ (1967), de Jece Valadão;
- `As Sete Faces de Um Cafajeste´ (1968), de Jece Valadão;
- `Os Paqueras` (1969), de Reginaldo Farias;
- `As Duas Faces da Moeda´ (1969), de Domingos de Oliveira;
- `A Penúltima Donzela´ (1969), de Fernando Amaral
- `Balada da Página Três´ (1968), de Luiz Rosemberg;
- `Memórias de Helena`(1969), de David Neves;
- `Uma Mulher Para Sábado´ (1971), de Maurício Rittner;
- `O Palácio dos Anjos` (1970), de Walter Hugo Khouri;
- `As Gatinhas´ (1970), de Astolfo Araújo;
- `Ipanema Toda Nua´ (1971), de Líbero Miguel;
- `Lúcia McCartney - Uma Garota de Programa`(1971), de David Neves;
- `Soninha Toda Pura` (1971), de Aurélio Teixeira;
- `Um Anjo Mau´(1972), de Roberto Santos;
- `A Viúva Virgem` (1972), de Pedro Carlos Róvai;
- `Ainda Agarro essa Vizinha` (1974), de Pedro Carlos Róvai;
- `O Casamento`(1975), de Arnaldo Jabor.

Adriana Prieto teve morte trágica, na véspera de Natal de 1975, vítima de um acidente de automóvel.

Fontes: Site Mulheres do Cinema Brasileiro, Portal Heco, Acervo Rodolfo Bonventti.

Eliana Macedo




(Rio de Janeiro em 21/09/1926 - Rio de Janeiro em 18/07/1990)

  A atriz Eliana nasceu Ely de Souza Macedo (depois Murce) em Portela, no Rio de Janeiro.
É considerada a primeira "namoradinha do Brasil" (bem antes de Regina Duarte).
Filha de Élio Lourenço de Souza e Elia Macedo de Souza, adotou o nome artístico de Eliana para homenagear uma grande amiga de infância, que se chamava Ana.
Sua vocação para a música veio do avô paterno que, desde cedo, incentivou filhos e netos um tocar instrumentos, formando uma banda denominada "XV de Novembro", na qual uma menina Ely era cantor.
Eliana foi uma das estrelas das chanchadas da Atlântida. Fez cerca de 24 filmes, entre os Quais "E o mundo se diverte", "Carnaval sem Fogo", "Aviso aos Navegantes", "A Sombra da Outra", "Amei um Bicheiro", "Carnaval Atlântida", "Nem Sansão Nem Dalila "," Sinfonia Carioca "Maria 38", "Samba em Brasília", "O Titio não é Sopa", "Um Morto ao Telefone", "Vem aí o Barão", "Rio Fantasia" e "Três Colegas de Batina ".
contracenou com artistas que marcaram uma época da chanchada como Anselmo Duarte, Adelaide Chiozzo, Cyll Farney, Trio Irakitã, José Lewgoy, Oscarito, Grande Otelo, entre outros muitos.
Sobrinha de Watson Macedo (irmão de sua mãe), diretor que, ao lado de Carlos Manga, foi o responsável pelo período Áureo da Atlântida, fez o primeiro filme, "E o mundo de diverte", em, 1949 , no qual foi dirigida pelo tio, seu descobridor, que um dirigiria durante quase toda sua carreira um cinema não.
Gravou e interpretou em seus filmes várias composições, A maioria em dupla com Adelaide Chiozzo, destacando-se os sucessos "Pedalando", de Anselmo Duarte e Bené Nunes, "Bate o Bombo Sinfrônio", "Encosta sua cabecinha "e" Vem Cá Sabiá ". Depois de consagrada cinema nenhuma, passou um dos fazer parte dos cast da Rádio Nacional se apresentando com seu marido, desde 1950, o radialista Renato Murce, um pioneiros do Rádio no Brasil.
Em 1951, interpretou com Adelaide Chiozzo uma toada "Beijinho Doce nenhum filme" Aviso aos Navegantes ". No mesmo filme, interpretou sozinha "Bate o ponche de rum com frio Sinfrônio", de Humberto Teixeira. Em 1952, com Grande Otelo Cantou nenhum filme Carnaval Atlântida ", o samba" No Tabuleiro da Baiana ", de Ary Barroso. No mesmo filme, interpretou" Se esta rua fosse minha ", do Cancioneiro popular. Em 1953, gravou com Adelaide Chiozzo ª de Copacabana, uma marcha "Queria ser Padroeira", de Manoel Pinto e Aldari Almeida Airão eo samba "Com Pandeiro na mão", de Manoel Pinto, Jorge Gonçalves e D. Airão.
Em 1979, Participou de uma novela da TV Globo, "Feijão Maravilha", onde contracenava com uma antiga colega Adelaide Chiozzo, Relembrando alguns sucessos que a dupla cantava em filmes da Atlântida.
Faleceu de enfarte, aos 63 anos de idade, no Rio de Janeiro .

Fontes: Dicionário Cravo Albin de MPB, do site Adoro Cinema Brasileiro, Teledramaturgia, Arquivo Lucélia Santos, Rodolfo Bonventti Arquivo.

  (RB). -->

Ziembinski




(Wieliczka, Polônia 1908 - Rio de Janeiro, 18/10/1978).

Zigbniew Marian Ziembinski foi diretor de teatro e ator.Apesar de sua origem européia, é considerado o primeiro encenador brasileiro. Seu espetáculo Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, pelo grupo Os Comediantes em 1943, marca o início do que se considera Teatro Brasileiro Moderno.

Aos 33 anos, já um consagrado diretor de teatro na Polônia, fugindo da II Guerra, Ziembinski chega ao Brasil. No Rio de Janeiro, aproxima-se da companhia amadora Os Comediantes, formada por artistas e intelectuais interessados na dramaturgia moderna. Na encenação de Vestido de Noiva, Ziembinski coloca em cena uma linguagem que constrói uma plasticidade formada pelas marcações, pela coreografia dos movimentos e a interação com a iluminação que sombreia os contornos do cenário.

Em 1949, Ziembinski dirige Nossa Cidade, de Thornton Wilder, Pais e Filhos, de Bernard Shaw, e Esquina Perigosa, de J. B. Priestley, no Teatro de Amadores de Pernambuco, TAP. No Teatro Universitário de Pernambuco, TUP, encena Além do Horizonte, de Eugene O'Neill, e Fim de Jornada, de Robert Sheriff.

Em 1950, Ziembinski é convidado a levar duas montagens para o Teatro das Segundas-Feiras, espaço dedicado à produções de vanguarda do Teatro Brasileiro de Comédia, TBC.

Sai do TBC para fundar outra companhia, com Cacilda Becker, Walmor Chagas, Cleyde Yáconis e Fredi Kleemann. O Teatro Cacilda Becker, TCB, estréia em 1958, com o espetáculo O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna, no Rio de Janeiro.

Em 1960, dirige para o Teatro Nacional de Comédia, TNC, As Três Irmãs, de Anton Tchekhov. A partir de então, faz direções independentes para várias companhias - Companhia Dulcina-Odilon, Companhia Brasileira de Comédia, Teatro do Rio e Companhia Nicette Bruno-Paulo Goulart. Retorna ao TCB para montar César e Cleópatra, de Bernard Shaw, em 1963.

No mesmo ano, volta à Polônia para apresentar dois autores brasileiros: Nelson Rodrigues, com a encenação de Boca de Ouro, em Cracóvia, e Jorge Andrade, com o espetáculo Vereda da Salvação, em Varsóvia.


Além do trabalho no teatro, fez direção de shows no Cassino da Urca, lecionou no curso de teatro na Faculdade de Direito em Recife, em 1949, na Escola de Arte Dramática, EAD, entre 1951 e 1957, e na Fundação Brasileira de Teatro, FBT, de Dulcina de Morais, no Rio de Janeiro, em 1960. Em 1969, realiza um Programa Semanal de Ensino de Interpretação, O Ator na Arena, na TV Educativa de São Paulo. Também trabalhou na televisão, como ator, diretor e em cargos de chefia na divisão de novelas e séries especiais. Atuou nas novelas Bandeira 2, O Rebu.

Tendo participado, como ator e/ou diretor em cerca de 100 espetáculos no Brasil, Ziembinski influenciou toda uma geração de artistas com seu estilo pessoal e principalmente com a idéia de que o espetáculo é uma obra autoral realizada a partir do texto, tarefa para a qual todos os artistas envolvidos devem se preparar com técnica e criatividade.

(LR)


Fonte: Sites Itaú Cultural, Adoro Cinema Brasileiro. Fotos: Sites Diversos

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Colé Santana




(Cruzeiro, São Paulo em 01/12/1919 - Rio de Janeiro, 29/08/2000).

O ator e comediante do cinema, teatro e televisão Petrônio Rosa de Santana era popularmente conhecido como Colé.

Popularizou-se contracenando com Grande Otelo e Oscarito, na época das chanchadas Áurea, nos anos 50.

Participou de "O Segredo da Mumia" (1982) sob a direção de Ivan Cardoso, ao lado de Wilson Grey, Regina Casé e Cláudio Marzo, "Brás Cubas" (1986) sob a direção de Júlio Bressane, ao lado de Luís Fernando Guimarães , Ankito, Regina Casé e Wilson Grey. Seu último filme nenhum cinema foi "O Escorpião Escarlate", em 1991.

Cole Santana atuou e produziu espetáculos para o teatro de revista nas décadas de 50 e 60. Em setembro de 1954, o Teatro Carlos Gomes do Rio de Janeiro recebia a companhia de revistas do humorista, com uma participação de Nélia Paula. Em 1955, apresentava nenhum Teatro Follies, no Rio de Janeiro, Gente Bem e Champanhota.

Em 1984, foi montada uma última revista no Rio de Janeiro, o espetáculo "Eu Vou na Banguela delas", tendo Cole eA vedete Nélia Paula.

Em 20 de janeiro de 1951 entrava no ar uma Tupi carioca. De la era transmitido o programa "Personagens célebres", de Haroldo Barbosa, com o comediante Cole. Contratado da Rede Globo, Cole chegou a participar de humorísticos como "Os Trapalhões" e "Balança Mas Não Cai". Petrônio Rosa de Santana era filho de uma dupla de artistas circenses e foi ajudante de Palhaço quando criança.

Cole era tio de Dede Santana e Faleceu aos 82 anos, de falência múltipla dos órgãos.


Fontes: O Globo, Acervo Rodolfo Bonventti, Site Carl Ole, IstoÉ On line.

Laerte Morrone




(São Paulo em 16/07/1932 - São Paulo, 05/04/2005).

De ascendência italiana, filho de Ignez e Luiz Morrone, respectivamente uma pianista e um premiado escultor.

Apesar da resistência do pai, que não desejava ver seu filho seguindo a sempre difícil no Brasil, carreira artística, começou cedo a fazer teatro amador. "Dos meus pais não herdei o dom da música ou da escultura, mas o senso crítico do feio e do belo", dizia. No início da carreira, tentou entrar para a Escola de Arte Dramática (EAD), mas foi reprovado na prova de língua portuguesa. "Peguei então o dinheiro de meu pai e fiquei quatro anos na Europa. Acho que aprendi alguma coisa vendo teatro", declarou.


O talento cômico rendeu-lhe elogios e chamou a atenção da crítica em peça como "El Grande de Coca-Cola" e "Orquestra de Senhoritas". Versátil, protagonizou uma bem-sucedida montagem de "Volpone", peça de Ben Jonson, autor inglês contemporâneo de Shakespeare, sob direção de Antonio Abujamra. Com esse mesmo diretor, atuaria ainda em "Crimes Delicados", de José Antonio de Souza. Mas ele próprio considerava seu papel na peça "O Bebê Furioso", do espanhol Manuel Martinez Mediero, em montagem realizada em 1981, sob direção de Hugo Barreto, como sua primeira oportunidade, no teatro, de unir os aspectos dramático e cômico. Nesse espetáculo, ele vivia o bebê do título e a atriz Irene Stefânia era sua mãe. "É a primeira vez que uno o sério e o cômico ao mesmo tempo, porque o bebê reage como criança, ao ser contrariado, mas critica a família com sarcasmo de adulto e aguçado senso crítico."


Oportunidades semelhantes viveria muitas vezes na televisão. Em 1985, na novela "A Gata Comeu", ele interpretou um garçom pobre que enganava os outros fazendo-se passar por um tal Conde de Parma. "Tem tanta gente assim na vida", brincou, referindo-se ao seu personagem. Fez sucesso ainda como o Dr. Roberto de "Elas por Elas".

Ao longo de mais de 50 anos de carreira, ele atuou em teatro - onde trabalhou com diretores como Ademar Guerra, em peças como "Hair" e "Marat Sade", e com Antonio Abujamra em "Volpone" e "Crimes Delicados" -, e em televisão, em novelas como "Elas por Elas", "Sassaricando" e "Que Rei Sou Eu?". Na telinha foi ainda o criador do primeiro Garibaldo, de "Vila Sésamo", sob direção de Ademar Guerra. Atuando na Secretaria Estadual do Menor, chegou a criar espetáculos com 1,3 mil crianças carentes, como "A Independência do Menor", apresentado no Museu do Ipiranga.


Fez também mais de 80 filmes publicitários e participou de novelas nas Tvs Record, Manchete e SBT como "Brasileiras e Brasileiros"; "Tocaia Grande"; "Os Ossos do Barão" e "Estrela de Fogo".


Depois de muitos anos afastado dos palcos paulistanos, voltou atuando sob direção de Elvira Gentil na peça "O Montador", seu último trabalho apresentado nos palcos paulistanos, em 1994.

Laerte Morrone faleceu em 05 de abril de 2005, aos 72 anos, no Hospital São Paulo, de complicações pulmonares, após uma cirurgia de vesícula.


Fontes: Matéria O Estado de São Paulo, Site A Gata Comeu, Wikepedia, Site Teledramaturgia, Acervo Rodolfo Bonventti, Acervo MofoTv.

Heloisa Helena




(Rio de Janeiro em 28/10/1917 - Rio de Janeiro em 19/06/1999).

Heloísa Helena de Almeida Lima foi uma cantora, compositora e atriz.


Filha e neta única, Heloísa desde criança demonstrou vocação artística. Seu pai era advogado, alto funcionário da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Na infância, além das disciplinas normais, estudava com uma governanta o idioma inglês. Logo, começou a cantar e tocar violão.

Iniciou sua carreira na Rádio Mayrink Veiga. No começo cantava em inglês, já que dominava a língua como se fosse nativa dos Estados Unidos da América. Participou do filme "Samba da Vida", primeiro musical de Jaime Costa, que passou a ser seu ídolo. Heloísa escrevia também. Por seu valor, foi a primeira cantora a interpretar "Carinhoso", de Pixinguinha, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Cantou também nos cassinos da Urca, Copacabana e Atlântico. A embaixada dos Estados Unidos fez na época um intercâmbio cultural com o Brasil e Heloisa Helena acabou indo para New Orleans, permanecendo algum tempo.

Voltando ao Brasil, é convidada por Chianca de Garcia a ingressar na televisão, em 1951, na então recém-inaugurada TV Tupi do Rio. Participou de vários teleteatros, entre os quais "Um Bonde Chamado Desejo" e "A Rosa Tatuada". Começou também a ser apresentadora de programas de televisão. Trabalhou depois por um tempo em Recife, mas quando voltou ao Rio, já para a Rede Globo, integrou o elenco de várias telenovelas de sucesso, entre as quais "Verão Vermelho", "Assim na Terra Como no Céu", "Selva de Pedra" (como Fanny, a divertida dona da pensão), "Pecado Capital", "O Astro", "Eu Prometo" (a última da autora Janete Clair, de quem era grande amiga). Heloisa Helena também se dedicou à direção de programas, como a versão brasileira do programa What's My Line?.

No cinema, participou de "Mãos Sangrentas", "Leonora dos Sete Mares", "O Homem do Sputinik". Mas o que mais a encheu de emoção é "Independência ou Morte", filme nacional rodado em 1972 no qual interpretou Carlota Joaquina, mãe do príncipe D. Pedro I, vivido por Tarcísio Meira.

Fontes: Museu da TV. Fotos: Acervos de Robson Terra e Daniel Marano e Orias Elias, Sites Teledramaturgia e Terra




Vídeos relacionados:

Novela "Feijão Maravilha"

http://inmemorian.multiply.com/video/item/129



Novela Feijão Maravilha

http://inmemorian.multiply.com/video/item/130

Nelson Dantas


Novela

(Rio de Janeiro em 17/11/1927 — Rio de Janeiro em 18/03/2006)

O ator Nelson Tunes Dantas, mais conhecido como Nelson Dantas, começou sua carreira em peças de teatro de Nelson Rodrigues, na década de 40. Mas, foi no cinema que ele ficou mais conhecido.

Seu primeiro filme foi "Almas Adversas", de 1949. Ao todo, Nelson Dantas atuou em 48 filmes, incluindo longas e curta metragens. Entre alguns dos filmes mais famosos em que participou, estão "Lucia McCartney, uma Garota de Programa"; "Os Inconfidentes"; "O Casamento"; "Vai Trabalhar Vagabundo" e "Dona Flor e seus Dois Maridos", dirigido pelo cineasta Bruno Barreto em 1976.

Em 1980, Nelson Dantas foi o protagonista do filme "Cabaré Mineiro" de Carlos Alberto Prates Correia, com o qual ganhou vários prêmios.

Em 1982, trabalhou no filme "O Bom Burguês", de Oswaldo Caldeira, com quem voltou a trabalhar, em 1999, no filme "Tiradentes".

A última participação de Nelson Dantas no cinema foi em "Zuzu Angel", sobre a vida da estilista, lançado em 2006.

Participou de várias peças de teatro e telenovelas, como "Roda de Fogo", "O Salvador da Pátria", "Força de um Desejo", "Desejos de Mulher" e "Celebridade".

Uma de suas participações mais marcantes na TV foi como o Beato Salu da novela "Roque Santeiro", em 1985.

Em televisão, a última aparição de Nelson Dantas foi em 2005, num episódio do humorístico "Sob Nova Direção".

Era pai do também ator Daniel Dantas, com quem chegou a contracenar em tramas como "Força de um Desejo" e "Sinhá Moça", essa última na versão de 1986.

Morreu no Rio de Janeiro, vítima de parada cardiorrespiratória. Nelson Dantas sofria de câncer no pulmão.


Fontes: Wikipédia, Adoro Cinema, Folha Uol, Globo, Fuxico.

Ruthinéia de Morais




(Rio de Janeiro em 01/06/1930 - São Paulo em 24/07/1998).

Ruthinéia de Moraes e Silva ainda criança começa a frequentar aulas de ballet, tornando-se exímia bailarina.

Já em São Paulo, em 1958 ingressa na Escola de Arte Dramática da USP. No mesmo ano, estréia com a peça "A Lição", no Teatro Maria DeIIa Costa.

Em 1966, brilha como a prostituta Neusa Suely, na primeira montagem da peça "Navalha na Carne", de Plínio Marcos.

Atua em várias outras peças como "Quarto de Empregada", "Gimba", "A Semente" e "Soraia Posto 2", onde ganha os prêmios Saci e Governador do Estado.

Estréia no cinema em 1966 no filme "Três Histórias de Amor", de Alberto D´Aversa, seguindo-se "A Marcha" (72) e "O Dia do Gato" (88), entre outros.

Na televisão, participa de mais de setenta novelas, entre elas "A Pequena Órfã" (68), na Excelsior; "Vitoria Bonelli", na TV Tupi com um personagem memorável; "Cara a Cara" (79) na TV Bandeirantes, "Chega Mais" (80), "Sétimo Sentido" (82) e "Sonho Meu" (93), essas três na TV Globo.

Em 1998, retorna ao teatro na peça "Laços Eternos".

A atriz foi dirigida por cineastas importantes como Carlos Manga, Roberto Palmari, Jean Garret, Fauzi Mansur, Eduardo Escorel, João Batista de Andrade, Roberto Santos e Chico Botelho.

Com Denoy de Oliveira rodou três filmes, sendo que o cineasta foi o responsável por sua volta às telas em 1997, depois de 10 anos afastada, em "A Grande Noitada", seu último filme.


Cinema:

1997 - A Grande Noitada
1988 - O Dia do Gato
1984 - O Baiano Fantasma
1984 - Transa Brutal
1983 - Janete
1983 - Sete Dias de Agonia
1983 - Nasce Uma Mulher
1980 - O Homem Que Virou Suco
1980 - Ato de Violência
1977 - Tiradentes, O Mártir da Independência
1976 - Senhora
1976 - A Noite das Fêmeas
1976 - Possuída Pelo Pecado
1975 - As Mulheres Sempre Querem Mais
1975 - O Predileto
1974 - Pensionato de Mulheres
1974 - O Marginal
1973 - Os Três Justiceiros
1972 - A Marcha
1971 - Lua de Mel e Amendoim
1971 - A Marca da Ferradura
1968 - Anuska, Manequim e Mulher
1966 - Três Histórias de Amor


Fontes: Acervo Rodolfo Bonventti, Adoro Cinema Brasileiro; Acervo Orias Elias.

(LR/RB)

Otelo Zeloni




(Roma, Itália, 26/11/1921 — São Paulo, 29/12/1973).

O ator ítalo-brasileiro Otello Zeloni nasceu na capital italiana.

Aos 20 anos, foi convocado para a II Guerra Mundial pela FAI (Forza Aerea Italiana) como piloto-aviador e após anos de guerra e dois acidentes, conseguiu fugir do front, em 1943, na garupa de um motociclista.

Vindo para a América do Sul, começou a negociar filmes italianos, conhecendo, assim, pessoas da área do cinema na Argentina e, posteriormente, no Brasil, onde se radicou em meados de 1947.

Iniciou como radio-ator (sempre com forte sotaque italiano), mas foi no Teatro de Revista que começou com cenas cômicas, nas companhias de Teatro como Walter Pinto e Carlos Machado.

Em 1957, casou-se com Marize Sobral, com quem teve 3 filhas.

Atuou em dezenas de filmes e peças de teatro, dentre elas "Os Ossos do Barão".

Na TV, atuou em programas como "Família Trapo" (1967/71), "Dom Camilo e os Cabeludos", "Zeloni Forno e Fogão", primeiro programa de culinária protagonizado por um homem e onde fazia comerciais ao vivo.

No cinema, seus trabalhos são:

1954 - É Proibido Beijar (longa/drama/Ugo Lombardi)
1956 - Com Água na Boca (longa/comédia/JBTanko)
1957 - A Baronesa Transviada (longa/comédia/Macedo,Watson)
1957 - A Doutora é Muito Viva(longa/comédia/Ferenc Fekete)
1957 - De Pernas Pro Ar (longa/comédia/Victor Lima)
1957 - Rio, Dezessete Horas (drama/Sergio Schera)
1958 - Cala a Boca Etelvina (longa/comédia/Eurides Ramos)
1960 - Marido de Mulher Boa (longa/comédia/JBTanko)
1960 - Vai Que é Mole (longa/comédia/JBTanko)
1960 - O Cantor e a Bailarina (longa/comédia/Armando de Miranda)
1961 - Por um Céu de Liberdade (longa/drama/Luiz de Barros)
1961 - Três Colegas de Batina (longa/comédia/Darcy Evangelista)
1965 - São Paulo S/A (longa/drama/Luís Sérgio Person)
1968 - Papai Trapalhão (longa/comédia/Victor Lima)
1969 - Golias Contra o Homem das Bolinhas(longa/comédia/Victor Lima)
1969 - A Arte de Amar...Bem (comédia/ Fernando de Barros)
1969 - 2000 Anos de Confusão (longa/comédia/ Fauzi Mansur)
1970 - Beto Rockfeller (longa/drama/ Cassiano Gabus Mendes)
1971 - Como Ganhar na Loteria sem Perder a Esportiva(longa/comédia/J B Tanko)
1971 - Roberto Carlos a 300 km/h (longa/aventura/ Roberto Farias)
1971 - Lua de Mel & Amendoim (comédia/Aníbal Massaíni Neto)


No teatro, trabalhou em:

1954 - São Paulo
1962 - No País dos Bilhetinhos
1963 - Defunto Zero km
1963 - Os Ossos do Barão, de Jorge Andrade
1964 - Esses Fantasmas, de Alberto D’Aversa


Na televisão, destacou-se em (1964) - O Pequeno Mundo de Dom Camilo; 1(1967/71) - A Família Trapo; (1971/72) ; na novela Dom Camilo e os Cabeludos; (1971) - Zeloni Forno & Fogão e na novela (1973) - O Conde Zebra (inacabado)

Estava participando da telenovela "O Conde Zebra", quando morreu vitimado por um tumor cerebral, em 29 de dezembro de 1973.


Fontes: Wikipédia, Adoro Cinema Brasileiro, Teledramaturgia.


Vídeos relacionados:

"A Baronesa Transviada" - 1957

http://inmemorian.multiply.com/video/item/134

Filme - Golias Contra o Homem de Bolinhas - 1969

http://inmemorian.multiply.com/video/item/137

Norma Geraldy




(Uberaba, Minas Gerais em 30/12/1907 — Rio de Janeiro em 02/12/2003).

Norma Geraldy, nome artístico de Ione Sartini, nasceu em Uberaba, em 21 de dezembro, mas o pai só a registrou no dia 30 do mesmo mês.

Quando criança, os olhos azuis da pequena Ione brilhavam toda vez que o pai, o relojoeiro italiano Dante Sartini, e os quatro irmãos se desfaziam de suas velhas meias de malha colorida. Era com aquele material que a menina confeccionava suas bonecas de pano, seus únicos brinquedos na década de 20. "Se quisesse uma boneca de porcelana, tinha que torcer para alguém trazer da Europa porque, no Brasil, não existia", lembra. Na escola, ela se destacava não só pelas notas altas como por sua performance nas peças de teatro. Com o tempo, descobriu sua vocação para a carreira artística e passou a ter aulas de canto e piano, instrumento que ela tocou até o final da vida no apartamento em que morava, em Copacabana, a um quarteirão da praia, onde costumava caminhar diariamente.

Da infância em Uberaba ela se recorda das viagens de trem para Araminas, onde moravam os tios. O maior passatempo da menina era ver o trem chegar à estação, com os vagões repletos de gente, bois, cavalos, cana e o que mais fosse preciso trazer para a população local. Quando a Primeira Guerra Mundial estourou, em 1914, ela viu a gripe espanhola invadir sua casa e contagiar os irmãos. "Ajudei a cuidar deles sem contrair a doença", recordava-se, orgulhosa de nunca ter tido problemas sérios de saúde.

O talento para representar e cantar só foi descoberto quando a atriz chegou ao Rio de Janeiro, em 1932, e passou a percorrer várias rádios em busca de emprego. Nesta época, já havia se separado do primeiro marido, o bancário Urquiza de Carvalho, pai de seu único filho, Israel. Ela se lembra bem da primeira vez em que foi à Rádio Mayrink Veiga. "Recebi um grande elogio da Carmem Miranda, que ficou encantada ao me ver tocar piano", conta ela. Carmem tornou-se uma de suas melhores amigas. "Era sempre convidada para festas em sua casa e foi lá que eu vi, pela primeira vez, uma cama de casal redonda", diverte-se. A morte de Carmem Miranda, em 1955, a deixou abalada.

Na ocasião, já usava o nome artístico de Norma Geraldy, escolhido pelo diretor de teatro Olavo de Barros em homenagem ao poeta francês Paul Geraldy. Norma pediu dispensa do Programa César de Alencar, na Rádio Nacional, para ir ao enterro.

Um ano antes, em 1954, fez o mesmo na morte do então presidente Getúlio Vargas. "Getúlio era amigo do meu segundo marido, o Procópio Ferreira, e freqüentava a minha casa", conta.

No Rio, o primeiro emprego de Norma foi na Rádio Clube do Brasil, onde cantava operetas e fazia teatro. Para trabalhar, matriculou o filho num colégio interno e só o via nos finais de semana. Anos depois, ingressou na Companhia de Teatro de Dulcina de Moraes, de onde só saiu em 1936, quando passou a ser a atriz principal da Companhia Teatral de Procópio Ferreira, com quem dividiu o palco em 75 peças durante os dez anos de casamento. "Procópio se apaixonou por mim e chegou a pagar uma multa de 60 mil contos de réis para me contratar", conta Norma, que trocou a companhia de Dulcina pela do marido antes do término do contrato. Com o ator, ela não teve filhos, mas tornou-se madrasta da também atriz Bibi Ferreira. Hoje, Norma tem dois netos - a designer Angela de Carvalho e o guitarrista Celso Blues Boy - e três bisnetas.

Norma Geraldy também brilhou na música. Gostava tanto de cantar que viajou para o Pará e para a Venezuela, em plena Segunda Guerra Mundial, para entreter os soldados. Em 1953, através de concurso, ela ingressou no Coral do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde ficou por 30 anos. No início da década de 50, costumava nadar à noite na praia de Copacabana. "Eu chegava do Municipal por volta das 20h, vestia meu maiô e ia para a praia", diz. "Certa vez, encontrei com o Sílvio Caldas dentro d'água e nadamos juntos."

Somente aos 72 anos Norma Geraldy entrou para a tevê. Sua primeira novela foi "Te Contei?" em 1979, na Rede Globo. Mas seu grande sucesso veio em seguida, com a Tia Mena, de "O Jogo da Vida". Foi nos anos 80 que ela virou funcionária da emissora. Participou do seriado "Mulher", depois de atuar em "Sol de Verão", "Vereda Tropical", "A Gata Comeu", "O Salvador da Pátria" e "Por Amor".

Na ditadura militar, ela escapou de um tiroteio na Avenida Rio Branco, onde passeava com o filho. "Corremos para o antigo Café Nice e nos escondemos debaixo das mesas", recorda a atriz.

Na TV Globo atuou em 25 produções entre humorísticos e minisséries. Seu último trabalho foi em "A Casa das Sete Mulheres".

Norma Geraldy faleceu de complicações cardíacas. A atriz faria 96 anos naquele mês. Além da carreira, ela também se dedicava à defesa dos direitos da mulher e dos idosos.




Fontes: Wikepedia, Site Teledramaturgia, acervo Daniel Marano, acervo Robson Terra, Site Gilberto Braga on line, site A Gata Comeu; Revista Isto É Gente.


Vídeos relacionados:

Novela "Jogo da Vida" - 1981

http://inmemorian.multiply.com/video/item/152

Myriam Muniz




(São Paulo em 28/10/1931 - São Paulo em 18/12/2004)

Myrian Muniz de Mello era atriz e diretora de teatro.

Descendente de portugueses e italianos, cresceu no bairro do Cambuci, em São Paulo.

Antes de dedicar-se ao teatro, estudou e praticou enfermagem, no Hospital Samaritano, em São Paulo, e balé clássico, com Halina Biernacka, integrando o Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo nos anos 50.

Formou-se pela Escola de Arte Dramática de São Paulo em 1961. De sua turma, faziam parte, entre outros, o futuro marido Sylvio Zilber, Sérgio Mamberti, Silney Siqueira, Ilka Zanotto, Luiz Nagib Amary, César Romanelli, Ivonete Vieira. Foi sua contemporânea de escola uma grande amiga, a atriz Aracy Balabanian. Na EAD fez textos como "O Defunto", de René Obaldia e "Bodas de Sangue", de Garcia Lorca.

Iniciou sua carreira artística no Teatro Oficina, em "José, do Parto à Sepultura", em 1961, sob direção de Antonio Abujamra, substituindo a atriz Etty Fraser.

Em seguida, integrou o elenco do Teatro Brasileiro de Comédia - TBC (peça "A Revolução dos Beatos"), da Cia. Nydia Licia (peça "As Lobas") e da Cia. Dulcina de Moraes (peças "Tia Mame" e "Chuva"). Ensaiou, mas não chegou a estrear, "Um Bonde Chamado Desejo", no Teatro Oficina, em 1962, e "Vereda da Salvação", no Teatro Brasileiro de Comédia, em 1965.

Entrou no Teatro de Arena em 1962, substituindo a atriz Riva Nimitz em "A Mandrágora". No Arena permaneceu durante toda a década de 60, atuando em peças como "O Noviço", "O Melhor Juiz, o Rei", "O Tartufo", "La Moschetta", "O Círculo de Giz Caucasiano" e "Primeira Feira Paulista de Opinião". Fez também produção executiva de outras peças do Arena, como "O Filho do Cão", "Arena Conta Zumbi" e "Arena Conta Tiradentes", de peças do Oficina, como "Os Inimigos" etc.

Sua primeira experiência como diretora deu-se no Arena, com uma peça infantil de Maria Claro Machado.

Myriam teve uma grande presença, como atriz e como pessoa, no Teatro de Arena, colega e amiga de Gianfrancesco Guarnieri, Vanya Santana, Augusto Boal, Cecilia Thumin, Juca de Oliveira, Flávio Império (seu amigo e mestre, por quem tinha grande admiração), Fauzi Arap, Dina Sfat, Isabel Ribeiro, Yara Amaral e Antonio Fagundes.

Saiu do Arena em 1968, depois de "Primeira Feira Paulista de Opinião", e passou a trabalhar com a Cia. de Fernanda Montenegro na peça "Marta Saré" , e, no início dos anos 70, com a Cia. de Paulo Autran, nas peças "Assim é, Se lhe Parece" (com o nome de "Só Porque Você Quer") e "As Sabichonas".

Ainda na década de 70, resolveu produzir, ao lado do marido, o ator e diretor Sylvio Zilber: montaram "Fala Baixo, Senão Eu Grito", de Leilah Assumpção. Pouco depois, ambos fundaram a Escola de Teatro Macunaíma, na antiga casa de Mário de Andrade, na Rua Lopes Chaves, na Barra Funda, em São Paulo. Essa escola, mais tarde vendida por Myriam, e posteriormente por Sylvio, teve grande efervescência cultural na época em que ambos a fundaram e dirigiram, com aulas de teatro, leituras dramáticas, psicodramas com Roberto Freire.

Em 1979, depois de alguns anos fora do palco, voltou a atuar, em "Eva Perón", de Copy, ao lado de Esther Góes e de Rodrigo Santiago. No ano anterior, 1978, havia feito assistência de direção para o diretor Luís Carlos Ripper, em "Torre de Babel", de Arrabal, para o Teatro Ruth Escobar.

Atuou em muitos filmes, como "Cléo e Daniel", de Roberto Freire, "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade (1969), "Mar de Rosas", "Das Tripas, Coração" e "Amélia", trilogia da cineasta Ana Carolina, de quem era uma das atrizes prediletas, "O Jogo da Vida", de Maurice Capovilla e "Alô?", de Mara Mourão, entre outros. Seu último filme foi "Nina", adaptação de Crime e Castigo, no qual atuou de modo marcante, ganhando, inclusive, prêmio póstumo de interpretação em Porto Alegre, em janeiro de 2005.

Na televisão, estreou ao lado de Cleyde Yáconis e Ziembinski em "Florence Nightingale". Fez três novelas, duas na antiga TV Tupi: "Nino, o Italianinho", na qual obteve grande sucesso popular com a personagem "Dona Santa", e "A Fábrica", ambas de Geraldo Vietri. A última, na Record, foi "Metamorphoses", de Mário Prata, em 2004, na qual interpretava uma imigrante grega, e onde contracenou com o amigo e colega do Arena, Guarnieri.

Atuou em diversas minisséries: no SBT, em "Brava Gente", ao lado de Marcos Caruso e Jandira Martini; na Globo, em "Dona Flor e Seus Dois Maridos", direção de Mauro Mendonça Filho, ao lado de Marco Nanini, e "Os Maias", de Maria Adelaide Amaral, onde interpretou a presonagem "Titi", de "A Relíquia", também de Eça de Queirós. Maria Adelaide elogiou muito a perfomance de Myriam.

Suas últimas atuações no teatro foram nas peças "Pegando Fora Lá Fora", escrita especialmente para ela por Gianfrancesco Guarnieri, e onde contracenava com ele e Célia Helena, "A História Acabou", também escrita para ela por Fauzi Arap (contracenando com o amigo, o pianista Pietro Maranca), e "Porca Miséria", de Marcos Caruso e Jandira Martini, na qual também obteve muito sucesso com a personagem "Miquelina", direção de Gianni Ratto. Nessa última aparição nos palcos seus colegas de cena foram Caruso, Jandira, Miguel Magno, Regina Galdino, Wilma de Aguiar e Renato Consorte.

Como diretora, seu maior sucesso foi com o espetáculo "Falso Brilhante", com a cantora Elis Regina, em 1976. Esse musical tornou-se um marco na história da MPB, lembrado até hoje por sua beleza e pela emoção que despertava. Dirigiu também diversos outros músicos e cantores, como Célia, Diana Pequeno, Nana Caymi, Isaurinha Garcia e Lana Bittencourt.

Dirigiu também diversos espetáculos teatrais, como "Dorotéia", com Marlene França e Benedito Corsi, encenado no Teatro de Arena de São Paulo, e "Boca Molhada de Paixão Calada". da amiga Leilah Assumpção, encenado no Teatro Aliança Francesa, com Emílio Di Biasi e Kate Hansen. Dirigiu Marília Pêra em uma leitura dramática de "Apareceu a Margarida", de Roberto Athayde, no Teatro Maria Della Costa.

Lecionou interpretação e manteve seu curso de teatro durante vinte anos. A partir dos anos 1980 seu curso de interpretação foi dado no espaço da Funarte de São Paulo, na Alameda Nothmann (uma das futuras salas desse espaço, reformado por J. C. Serroni, deve receber seu nome). Além disso, seu nome foi dado, também, e ainda em vida, a uma das salas do Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, atualmente de propriedade da APETESP: Sala Miriam Muniz.

Faleceu no dia 18 de dezembro de 2004, em seu apartamento na Rua Itambé, em Higienópolis. Dois dias antes, havia terminado um espetáculo sobre o musical "Arena Conta Zumbi", parte do ciclo de homenagens aos 50 anos de fundação do Teatro de Arena de São Paulo. Apresentara-se no palco do SESC Pinheiros, último palco onde pisou. Na noite do dia 18, preparava-se para ir a uma festa em comemoração a esse espetáculo quando sofreu um derrame cerebral em seu apartamento, provavelmente resultado de um enfisema pulmonar recente.

Em 2006, a Funarte / Ministério da Cultura instituiu para todo o Brasil o "Prêmio Myriam Muniz", estímulo e fomento à produção e à pesquisa de artes cênicas. Ainda em 2006 o SESC publicou o livro "Arena, Oficina, Anchieta e Outros Palcos", com prefácio de Lauro César Muniz, sendo um dos depoimentos o de Myriam Muniz, sobre sua trajetória artística. O Arquivo Myriam Muniz deve ser doado ao Idart ou ao Arquivo do Estado, tendo uma primeira classificação sido feita por Maria Thereza Vargas.

Divorciada de Sylvio Zilber no final dos anos 70, depois de quase vinte anos de relacionamento, casou-se pela segunda vez com Cacá D´Andretta. Depois de vinte anos de vida em comum, dele se separou no final dos anos 90. Era mãe de dois filhos: Marcelo de Mello Zilber, casado com Teresa Fogaça de Almeida, e de Rodrigo de Mello Zilber, este falecido em 1986, muito jovem.




Fontes: Wikipedia; Site SESC SP


Assuntos relacionados:

Última entrevista concedida pela atriz, poucos dias antes de sua morte:

http://inmemorian.multiply.com/reviews/item/41

Lutero Luiz




(São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul em 1933 - Rio de Janeiro em 20/02/1990).

Lutero Luiz começou como ator de rádio, em 1952. Se formou na primeira turma de Artes Cênicas da Faculdade de Filosofia de Porto Alegre, e trabalhou em 24 peças de teatro, mais de 30 filmes e muitas novelas. Apesar de gaúcho, em boa parte dos filmes e novelas que fez encarnou a figura do Malandro carioca.

Não cinema simples mas deixou sua presença marcante em, entre outros filmes, "A Marcha", "Vai Trabalhar vagabundo", "A Rainha Diaba", "O Marginal", "Costinha, o Rei da Selva", "Guerra conjugal", "Ladrões de Cinema", "Barra pesada", "Se Segura Malandro", "O Coronel eo Lobisomem" e "Parceiros da Aventura".

Na TV, Lutero se caracterizou por interpretar personagens simples e de forte apelo regional como o Lulu Gouveia de "O Bem Amado", o Gigante de "O Espigão", o Miguel Pereira de "Escalada"; o Marciano de "Pecado Capital"; Bezerra fazer o seriado "Plantão de Polícia" eo Bodão de "O Salvador da Pátria".

Lutero Luiz também participou do seriado "O Bem Amado" exibido em 1982 pela TV Globo.

Lutero gravava uma novela "Sexo dos Anjos", onde vivia o jardineiro Bastião, quando Descobriu que estava com um tumor não fígado. Se internou para uma cirurgia e saiu morto do Hospital da Beneficência Portuguesa, no Rio. Não terminou uma novela, que já estava sem fim, ea autora, Ivani Ribeiro, manteve o final do personagem, que era ficar rico nos últimos capítulos, embora o ator não aparecesse mais nenhum vídeo.

Texto: Rodolfo Bonventti.

Fontes: Site Adoro Cinema Brasileiro; Canal Memória, Rede Globo; MofoTV; Youtube.


Vídeos Relacionados:

Seriado "O Bem Amado" - 1980

http://inmemorian.multiply.com/video/item/126


Seriado "O Bem Amado" - 1980

http://inmemorian.multiply.com/video/item/127

Plínio Marcos




(Santos, São Paulo em 29/09/1935 - São Paulo em 19/11/1999)



Plínio Marcos de Barros nasceu na cidade litorânea de Santos. Depois de passar por diversas profissões (aprendiz de encanador, funileiro, vendedor de livors espírita, estivador, etc) ingressa num circo atuando como palhaço, humorista e dirigindo alguns shows. Em 1953 percorria o interior paulista com a Cia Santista de Teatro de Variedades.

Em 1958 começa a trabalhar como ator de teatro na companhia da Patrícia Galvão, a Pagu. No mesmo ano escreve sua primeira peça: "Barrela". A peça foi inspirada numa notícia de jornal que relatava o caso de um garoto que havia sido currado na prisão e, depois que foi solto, matou os estrupadores. A peça foi censurada por ser considerada pornográfica. O texto foi liberado para uma apresentação no dia 1º de novembro de 1959, no palco do Centro Português de Santos, e depois ficou proibido pela Censura Federal por vinte e um anos.

Sua peça seguinte, "Os Fantoches", foi um fiasco. No dia seguinte ao da apresentação, Pagu, que na época fazia crítica teatral para o jornal A Tribuna de Santos, colocou uma foto do Plínio Marcos com a manchete 'Esse analfabeto esperava outro milagre de circo'.

Mudou-se para São Paulo no ano de 1960. Para se manter, trabalhava como camelô. Nessa época trabalhou na Companhia de teatro da Jane Hegenberg e depois foi aprovado para entrar na Companhia Cacilda Becker. Chegou a trabalhar em duas peças ao mesmo tempo: fazia o primeiro ato de "César e Cleópatra", na Companhia de Cacilda, e entrava em "O Noviço", no Teatro Arena, no último ato. Em 1963 começa a escrever para o programa TV de Vanguarda, da TV Tupi.

Em 1965, Plínio, juntamente com um grupo de teatro que estava começando, tentou encenar "Reportagem de um Tempo Mau" no Teatro de Arena. A censura proibiu. Nessa época tentou também encenar a peça "Jornada de um Imbecil até o Entendimento", que também foi censurada.

Depois disso escreveu "Dois Perdidos em uma Noite Suja" inspirada no conto O Terror de Roma, de Moravia. A peça estreou no Ponto de Encontro, um bar da Galeria Metrópole. Cinco pessoas assistiram à estréia: a atriz Walderez de Barros, que foi sua mulher; Carlos Murtinho, a mulher do Ademir, um bêbado, que não quis sair porque aquilo lá era um bar, e o Roberto Freire. A Cacilda Becker, quando viu a peça, comentou: Incrível! Você conhece dez palavras e dez palavrões, e escreveu uma peça genial. Nessa mesma época apareceram as peças "Navalha na Carne", "Quando as Máquinas Param" e "Homens de Papel". Segundo o próprio Plínio Marcos, "Dois Perdidos Numa Noite Suja" foi liberada porque naqueles dias a Censura passou da Polícia Estadual para Federal. E mudaram os censores. Mandaram o Coelho Neto assistir ao ensaio. Homem de teatro, diretor de peças. Foi da comissão julgadora do Festival de Santos, quando "Barrela" se consagrou.

A peça "Navalha na Carne" foi mais difícil de ser liberada. A peça já estava sendo ensaiada quando veio a proibição da censura. A peça só foi liberada depois de "uma batalha imensa que começou com uma apresentação na casa de Cacilda Becker". Começou então uma campanha nacional pela liberação da peça.

Durante os últimos anos da década de 60 e os primeiros da década de 70, Plínio Marcos foi preso duas vezes e detido para interrogatório em diversas ocasiões. Nessa época todas as suas peças estavam censuradas. Mesmo "Dois Perdidos Numa Noite Suja" e "Navalha na Carne", que já haviam sido apresentadas em diversas regiões do país, foram interditadas em todo o território nacional.

Por não poder encenar suas peças, Plínio começa a escrever obras não-teatrais. "Querô", publicado em 1976, ganhou o Prêmio APCA de melhor romance desse ano. "Dentro da Noite" e "A Barra do Catimbó", eram novelas escritas para a televisão que foram proibidas. "Nas Quebradas do Mundaréu" é uma coletânea das suas colunas escritas para o jornal Última Hora.

A peça "O Abajur Lilás", escrita em 1969, seria liberada pela censura em 1975. Nesse ano iniciaram-se os ensaios da peça com Lima Duarte, Walderez de Barros, Cacilda Lanuza e Ariclê Perez no elenco. Estava tudo pronto (cenário, figurino, iluminação) e a censura proibiu.

No dizer de Ilka Marinho Zanotto, "as circunstâncias fizeram de "O Abajur Lilás" mais do que uma simples peça, mas uma bandeira". A classe teatral organizou várias manifestações de protesto contra a censura, e grande parte das companhias teatrais não trabalhou, na quinta-feira, dia 15 de maio de 1975, data da proibição da peça. E durante as semanas seguintes, era lido um manifesto contra a censura, em todos os teatros, antes do início dos espetáculos. O advogado Iberê Bandeira de Melo, amigo de infância de Plínio Marcos, entrou com um recurso contra a Censura. O próprio Ministro da Justiça, Armando Falcão, reiterou a proibição da peça, sob a alegação de que ela atentava contra a moral e os bons costumes. O Dr. Iberê e Plínio Marcos continuaram com a luta e foram, de instância em instância, até chegarem ao Supremo Tribunal Federal.

Em 1978 a Polícia Federal determina o recolhimento do livro "Abajur Lilás". Uma ano depois, as peças "Barrela" e "O Abajur Lilás" foram liberadas pela Censura Federal.

A partir da década de 80, intensifica uma atividade que já vinha exercendo: fazer debates e palestras em faculdades e universidades, teatros, clubes e, até, em praça pública, não só na cidade de São Paulo, mas em inúmeras cidades do interior do Brasil todo.

Em 1984, estréia um espetáculo-solo no Teatro Eugênio Kusnet (ex-Arena): "O Palhaço Repete seu Discurso", com o qual também se apresentaria em inúmeras cidades. Por muitos anos continuou fazendo palestras-shows para estudantes, muitas vezes acompanhado de seu filho Léo Lama, como num espetáculo que fizeram, em 1993: "40 Anos de Luta".

No começo da década de 90, criou um curso: O Uso Mágico da Palavra. E dava oficinas em vários lugares, continuando com sua tradição de mambembeiro e camelô, porque nunca deixou de vender seus livros.

Plínio Marcos fez alguns trabalhos em TV, no início de sua carreira, inclusive as novelas: "Beto Rockfeller", "A Volta de Beto Rockfeller", "Tchan, A Grande Sacada", entre outras.

Em 1985 é internado no Incor por causa de um infarto. Nesse mesmo ano ganha os prêmios Molière e Mambembe por "Madame Blavatsky".

Em 1993 ganha o Prêmio Shell por "Querô, uma Reportagem Maldita".

Em 1998 recebe o título de Cidadão Emérito da Câmara Municipal de Santos.

Plínio Marcos morreu depois de uma internação de 27 dias no Instituto do Coração, em São Paulo.



Fontes: Site Spectro Editora - Site Plínio Marcos

Wilson Grey




(Rio de Janeiro em 10/12/1923 - Rio de Janeiro em 03/10/1993).

Wilson Chaves era o verdadeiro nome do carioca Wilson Grey.

Com seu tipo franzino, sempre de cabelos gomalinados, Wilson Grey é o típico malandro carioca dos anos quarenta.

Em 1942, quando Paschoal Carlos Magno começa a formar o Teatro do Estudante, faz teste, ganhando uma ponta em " Hamlet ": um soldado sem fala. Durante o dia, trabalha no balcão de uma perfumaria e à noite, o teatro. De tão cansado, chega um palco sem cochilar, apoiado na lança.

Estréia no cinema em uma ponta no filme "Hóspede de uma Noite" (1951), de Ugo Lombardi (pai de Bruna Lombardi). Wilson fazia um paquerador num trem da central. Agrada tanto que logo é convidado para atuar no filme "Amei um Bicheiro" (1952), de Jorge Ileli e Paulo Wanderley. Com um papel pequeno, mesmo assim se destaca. Ele é preso pela polícia durante as filmagens, confundido com um bicheiro.

Participou de quase todos os filmes produzidos pela Atlântida, invariavelmente no papel de vilão. É ainda o ator brasileiro com filmografia mais extensa (mais de 250 participações).

Viria somente a fazer um papel principal, em 1982. Foi o professor Expedito Vitus, de "O Segredo da Múmia", que lhe valeu o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília.

Entre os filmes que participou estão: Carnaval Atlântida (1952), Carnaval em Caxias (1953 ), A Dupla do Barulho (1953), Balança, Mas Não Cai (1953), O Petróleo é Nosso (1954), Malandros em Quarta Dimensão (1954), Matar ou Correr (1954), Nem Sansão Nem Dalila (1954), Chico Viola Não Morreu (1955), O Rei do Movimento (1955), Paixão nas Selvas (1955), O Primo do Cangaceiro (1955), Fuzileiro do Amor (1956), Quem Sabe, Sabe (1956), Vamos com Calma ( 1956), O Contrabando (1956), Metido a Bacana (1957), Na Corda Bamba (1957), Canjerê (1957), Osso, Amor e Papagaios (1957), De Pernas pro Ar (1957), Maluco por Mulher (1957 ), O Camelô da Rua Larga (1958), Quem Roubou Meu Samba? (1958), Sherlock de Araque (1958), Cala a Boca, Etelvina (1958), Chico Fumaça (1958), Minervina Vem Aí (1959), Depois do Carnaval (1959), Marido de Mulher Boa (1960), Tudo Legal (1960), Eu sou o Tal (1960), Pistoleiro Bossa Nova (1960), A Viúva Valentina (1960), O Viúvo Alegre (1961), Os Cosmonautas (1962), Boca de Ouro (1962), O Assalto ao Trem Pagador (1962), Paraíba - Vida e Morte de um Bandido (1965), Mineirinho, Vivo ou Morto (1967), Perpétuo contra o Esquadrão da Morte (1967), Na Mira do Assassinato (1967), Maria Bonita, Rainha do Cangaço (1968), Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite (1969), Salário Mínimo (1970), O Abismo (1970), Pindorama (1970), O Barão Otelo no Barato dos Bilhões (1971), O Capitão Bandeira contra o dr. Moura Brasil (1971), Lúcia McCartney (1971), A Rainha Diaba (1972), Quando o Carnaval Chegar (1972), O Doce Esporte do Sexo (1972), Ali Babá e os 40 Ladrões (1972), Os Inconfidentes (1972 ), Tati, A Garota (1973), Sagarana, O Duelo (1973), Vai Trabalhar Vagabundo (1974), A Estrela Sobe (1974), As Alegres Vigaristas (1974), Com as Calças na Mão (1975), Ana, José a Libertina (1975), Perdida (1975), Costinha - O Rei da Selva (1975), Anchieta, do Brasil (1976), Ninguém Segura Essas Mulheres (1976), O Ibraim do Subúrbio (1976), Ladrão de Bagdá ( 1976), Se Segura Malandro! (1977), Gordos e Magros (1977), Os Amores da Pantera (1977), Jorden er Flad (1977), Barra Pesada (1977), Ladrões de Cinema (1977), Empregada para todo o Serviço (1977), não Bububu Bobobo (1978), Agonia (1978), A Noiva da Cidade (1978), Crônica de um Industrial (1978), Aventura na Floresta Encantada (1978), Os Foragidos da Violência (1979), República dos Assassinos (1979), O Coronel eo Lobisomem (1979), Lerfa Mu (1979), A Virgem Camuflada (1979), As Borboletas também amam (1979), Insônia (1980), O Gigante da América (1980), Parceiros da Aventura (1980), O Incrível Monstro Trapalhão (1980), Bonitinha Mas Ordinária (1981), O Homem do Pau-Brasil (1981), Engraçadinha (1981), Rio Babilônia (1982), O Segredo da Múmia (1982), Os Trapalhões na Serra Pelada (1982) , O Santo ea Vedete (1982), Luz del Fuego (1982), O Mágico eo Delegado (1983), Bar Esperança (1983), Os Bons Tempos Voltaram ... (1984), Memórias do Cárcere (1984), O Beijo da Mulher Aranha (1985), Brás Cubas (1985), Águia na Cabeça (1985), A Ópera do Malandro (1985), A Dança dos Bonecos (1986), As Sete Vampiras (1986), Baixo Gávea (1986), Leila Diniz (1987), Os Fantasmas Trapalhões (1987), Banana Split (1988), O Escorpião Escarlate (1989), Corpo em Delito (1990), A Maldição de Sanpaku ( 1992), Vai Trabalhar Vagabundo II - A Volta (1993), "O Lado Certo da Vida Errada" (1996).

Na televisão, trabalhou muito pouco. Fez o Jeca Tatu do "Sítio do Picapau Amarelo" (1977), participou do programa "Chico City", das novelas "Maria, Maria" (1978) e "Guerra dos Sexos" (1983), e atuou na minissérie "A, E, I, O. .. Urca ", vivendo um crupiê de cassino.

Ele faleceu às vésperas de completar 70 anos e em 1996, foi lançado, postumamente, seu último filme, "O Lado Certo da Vida Errada".

Texto-base: Fátima Pontes.

(RB)

Fontes: Sites Adoro Cinema Brasileiro, Wikepedia, Memória Viva, Malditos Filmes Brasileiros, Site Carl Ole.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Daniela Perez




(Rio de Janeiro, 11/08/1970 — Rio de Janeiro, 28/12/1992).

A atriz Daniela Perez era filha da autora de telenovelas Glória Perez.

Daniela tinha 22 anos quando foi brutalmente assassinada pelo seu colega de trabalho, o ex-ator Guilherme de Pádua, 23 anos à época, e sua esposa Paula Nogueira Thomaz, 19 anos à época, que estava grávida.

Os assassinos armaram uma emboscada para Daniella em um posto de gasolina na cidade do Rio de Janeiro. Arrastaram-na para um matagal e desferiram 18 golpes de punhal na jovem atriz. Daniella morreu no dia 28 de dezembro de 1992 e à época era casada com o ator Raul Gazzola.

Os assassinos se separaram na cadeia, e cumpriram apenas seis anos dos dezenove a que foram condenados. Desde 1999, estão em liberdade condicional.

A indignação popular que se seguiu a esse episódio, interpretado como "impunidade" por parte da população, precipitou a alteração da Lei dos Crimes Hediondos: a partir daí, o homicídio qualificado (praticado por motivo torpe ou fútil ou cometido com crueldade) passou a ser incluído na Lei dos Crimes Hediondos, que não permite pagamento de fianças e impõe que a pena deva ser cumprida integralmente em regime fechado.

Na TV, Daniela Perez participou das novelas "De Corpo e Alma"; "O Dono do Mundo" e "Barriga de Aluguel", todas da Globo e "Kananga do Japão", da TV Manchete.


Fontes: Site Blog Daniela Perez, Wikipédia, Globo, Veja, Isto É Gente, UOL, Terra.

Felipe Carone




(São Paulo em 25/07/1920 - Rio de Janeiro em 27/03/1995).

Iniciou sua carreira artística nos anos 50 atuando no teatro. Trabalhou em várias companhias de teatro em São Paulo. Em 1957, a participação do jovem ator na montagem da peça “O Auto da Compadecida” teve destaque. Em seguida fundou o PTC - Pequeno Teatro de Comédia , junto a Armando Bógus e Antunes Filho, entre outros. Neste período teve atuações de grande êxito em espetáculos como “O Diário de Anne Frank”(1958) e “As Bruxas de Salém”(1960).

No cinema, estreou em 1958 no filme “Macumba na Alta”. Participou de “Guerra é Guerra” (com Ankito), “Moral em Concordata” (1959), “A Compadecida” (1969),“Lua de Mel e Amendoim” (1971), “E as Pílulas Falharam” (1976) e “A Árvore dos Sexos” (1977).

Estreou em televisão em 1962, na novela “Gente como a Gente”, da TV Record. Em 1969 começou a atuar na Globo, quando alcançou seu primeiro sucesso na novela “A Cabana do Pai Tomás”. Depois seguiram-se “Pigmaleão 70” (1970), “Bandeira 2” (1972), “Uma Rosa com Amor” (1972), “O Pulo do Gato” (1978), “Chega Mais” (1980), “Plumas & Paetês” (1980), “Top Model” (1989), “De Quina Para a Lua”(1985), “Meu Bem, Meu Mal” (1991), entres outras. “Despedida de Solteiro”, em 1992, foi sua última participação em novelas.Trabalhou na Rede Globo por cerca de 25 anos com participações também no humorístico “Viva o Gordo”.

O artista faleceu aos 74 anos. Pouco antes de morrer, ele estava em cartaz no Rio de Janeiro com a peça “Além da Vida”, baseada em livro de Chico Xavier.


Fontes: IMDb, Site Artistas e Astros, Sites sobre teatro e cinema, Site Alcione Mazzeo.

(LR / AE)


Vídeos relacionados:

"Uma Rosa Com Amor":

http://inmemorian.multiply.com/video/item/174

Fausto Rocha




(Barra Velha, Santa Catarina, 19/05/1943 - Joinville, Santa Catarina em 27/01/2001).

O ator Fausto Rocha Júnior começou como operador de estúdio na rádio Difusora, em Joinville, aos 12 anos. Inteligente, rapidamente conseguiu sucesso local, no início da década de 70. Num show de Agnaldo Rayol em Joinville, em 1970, "Os dinâmicos"- grupo que ele havia lançado- fizeram o acompanhamento. Rayol se apaixonou pelo conjunto e resolveu levá-los para São Paulo. Fausto Rocha acompanhou. Depois de apresentação no programa "Dia D", comandado por Cidinha Campos, na Rede Record, Fausto acabou convidado para fazer parte do elenco de "A Gordinha", novela da TV Tupi com Nicete Bruno.

O sucesso chegou rapidamente e em "Meu Pé de Laranja Lima", em 71, fez par romântico com Bete Mendes. Essa foi a novela que praticamente lhe lançou como ator e galã. No início da década de 80, o sucesso que vinha conquistando com o personagem Renato em "Os Imigrantes"(Bandeirantes), despertou cobiça das grandes emissoras da época, Globo e TVS. Foram 17 novelas no decorrer de sua carreira. Na Globo fez "Super Manoela"(74), "Corrida do Ouro" (75), "Senhora" (76), e "Te Contei" (79). O ator fazia muito sucesso junto às mulheres, também por sua beleza física.

Embora tivesse sucesso da televisão, o que Fausto gostava de fazer era teatro. Atuou em "Oh Calcutá", que ficou em cartaz por cinco anos e viajou por todo o país. Já no final da carreira fez o monólogo "Lá", que ficou dois anos em cartaz.

No cinema fez 11 filmes. Quatro mereceram destaque: "Portugal Minha Saudade" e "Um Caipira em Bariloche”, com Amácio Mazaropi ; e "Super Manso" e "Batalha dos Guararapes".

Era casado com Dircéia Cordeiro, que conheceu em Barra Velha, em 1997. Neste mesmo ano o ator descobriu ser portador de esclerose lateral amiotrófica (uma doença degenerativa rara). Passou por muita dificuldade financeira durante os quatro anos em que lutou contra a doença. Amigos famosos como os cantores Sérgio Reis, Roberta Miranda e Guilherme Arantes promoveram shows para arrecadar fundos para o tratamento do ator enfermo. A campanha foi batizada de SOS Fausto Rocha.

Fausto Rocha morreu no Hospital Municipal São José, em Joinville. O ex-galã terminou seus dias numa cadeira de rodas, pronunciando poucas palavras e precisando da ajuda da esposa e de um enfermeiro para se trocar, ir ao banheiro e se alimentar.

Antes da doença, Fausto havia sido secretário de Turismo do município de Barra Velha (SC), cidade onde nasceu.


Fontes: Matéria Istoé Gente, Acervo Giseli Martins, Portal A Notícia(AN) de Santa Catarina



Vídeos relacionados:

"A Corrida do Ouro" - 1974
http://inmemorian.multiply.com/video/item/133

Vanda Lacerda




(Rio de Janeiro em 10/09/1923 - Rio de Janeiro em 14/07/2001).

Fez estudos no conservatório de música, época em que participa do teatro universitário. Os anos 40 serão fundamentais na carreira dessa talentosa atriz, que leva sua arte também para o rádio e para o cinema.

Estreou nas telas em 1944, no filme `Gente Honesta´, de Moacyr Fenelon, cineasta com quem roda mais dois filmes, `Vidas Solitárias` e `Fantasma Por Acaso`.

Na década de 50 privilegia seus trabalhos no teatro – veículo onde durante sua trajetória brilha em peças de Jorge Andrade e Nelson Rodrigues, entre outros -, voltando ao cinema, e também estreando em novelas, nos anos 60.

A partir daí emenda um clássico atrás do outro, atuando em filmes inesquecíveis e de primeira linha do cinema brasileiro: `A Falecida` e `São Bernardo`, de Leon Hirszman; `Cara a Cara` e `Matou a Família e Foi ao Cinema`, de Júlio Bressane.

Não bastasse sua importância como atriz, Vanda Lacerda foi também uma militante da classe artística de primeira grandeza. Ao presidir, em segunda gestão, o Sated-RJ, Sindicato dos Artistas e Técnicos, ela teve a alegria de ver, finalmente, a regulamentação profissional da categoria de ator.

Depois de passar quase toda a década de 80 longe do cinema, Vanda Lacerda volta às telas como protagonista, ao lado de Jofre Soares, do episódio `Bolo`, de José Roberto Torero, do filme `Felicidade É...`.


Na televisão passou pelas emissoras Globo e Manchete e participou de novelas importantes como "Assim na Terra como no Céu"; "Uma Rosa com Amor"; "O Espigão"; "Anjo Mau"; "Sinal de Alerta"; "Tudo ou Nada"; "Memorial de Maria Moura"; "A Próxima Vítima" ; "Quem é Você?" e "Torre de Babel".



A atriz faleceu aos 77 anos, de edema pulmonar, e estava em plena temporada nos palcos cariocas com o espetáculo "Mulher Sem Pecado", um original de Nelson Rodrigues.

Texto: Fatima Pontes.


Fontes: Site Adoro Cinema, Site Teledramaturgia, Sites diversos, Acervo Rodolfo Bonventti.

Dionisio Azevedo




(Conceição da Aparecida, 4/4/1922— São Paulo,11/12/1994)

Toufik Jacob, mais conhecido por seu nome artístico, Dionísio Azevedo, nasceu em 4 de abril de 1922, em Conceição da Aparecida, Minas Gerais. No início dos anos 30, Dionísio mudou-se com a família para São Paulo. Ainda jovem, Dionísio cogitou a possibilidade de se tornar pastor, mas já se envolvia com atividades de teatro na própria igreja que frequentava, encenando textos de conteúdo bíblico.

A vontade de fazer cinema, que nasceu ainda em Minas, acabou falando mais alto e Dionísio ingressou no Instituto Brasileiro de Cultura Cinematográfica, tendo como professores Lima Barreto e Léo Ivanov. Na década de 40, através de Otávio Gabus Mendes e Oswaldo Moles, Dionísio iniciou uma bem sucedida carreira de rádio-ator, tornando-se muito popular.

Estreou no cinema em 1949 no filme “Quase no Céu”. Com muitos filmes no currículo, seus maiores sucessos foram nos filmes “O Pagador de Promessas” (1962), “Independência ou Morte” (1972) — do qual também colaborou no roteiro — e “A Marvada Carne” (1985).

Desde o fim dos anos 40 até o início dos 60, o ator participou de diversas montagens do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) em momentos importantes como “O Bezerro de Ouro e Círculo de Champagne”, “A Morte do Caixeiro Viajante” e “O Pagador de Promessas”. Na década de 1970, Dionísio participou intensamente da vida teatral, em São Paulo e mesmo no Rio de Janeiro. Atuou em diversas outras peças como “Ensaio para Piano e Orquestra”, “Gata em Teto de Zinco Quente” e uma remontagem de “O Pagador de Promessas”.Na década de 80, outros sucessos vieram como em “O dia em que raptaram o Papa” e “Direita Volver”.

Na década de 50, com o início da televisão no Brasil, passou a fazer adaptações de clássicos da literatura brasileira e universal, utilizadas nos primeiros teleteatros da TV Tupi, chamados de TV de Vanguarda. Dionísio Azevedo, junto a outros grandes nomes, foi uma das principais figuras daquele momento. Fazendo a adaptação, a direção e atuando como ator, Dionísio produziu um dos momentos mais fortes do TV de Vanguarda. Um de seus trabalhos mais marcantes uma adaptação pioneira do conto de João Guimarães Rosa "A Hora e a Vez de Augusto Matraga".

Da década de 60 o ator transferiu-se para a TV Excelsior, onde teve uma atuação muito importante no início do ciclo da telenovela brasileira. Dirigiu em seqüência três novelas de muito sucesso, que ajudaram a solidificar o formato. Foram elas: “Ambição”(63), “A Moça que veio de Longe” (63) e “A outra face de Anita” (64). À frente da direção artística da TV Excelsior seus maiores êxitos foram a realização da minissérie "O Morro dos Ventos Uivantes" e da novela "O Tempo e o Vento". Como ator, seu papel mais marcante nesta época foi na novela "A Pequena Órfã"(68).

Em 1970 , trabalhando como responsável pela núcleo de teledramaturgia na TV Record, teve atuação marcante na novela "As Pupilas de Senhor Reitor", interpretando o Reitor. Dionísio prosseguiu sua carreira de ator, participando de várias novelas e mini-séries, com momentos de muito sucesso, como nas novelas “O Astro” (1977 )- na qual interpretou Salomão Hayala, personagem cuja morte foi um dos maiores mistérios da trama e fator de grande audiência por muitos meses- e "Pai Herói" (79), Rede Globo. Em 1981 interpretou suas origens na saga “Os Imigrantes”, na TV Bandeirantes .

O ator, diretor e escritor faleceu em 09 de dezembro de 1994, aos 72 anos de idade, em São Paulo. Foi casado com a atriz Flora Geny.


Fontes: Site Adoro Cinema Brasileiro, Wikipedia, Home-Page DioFlora (páginas.terra), Portais de notícias diversos, Acervo Rodolfo Bonventti.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Jece Valadão




(Campos, Rio de Janeiro em 24/07/1930 - São Paulo, 27/11/2006).

Nascido Gecy Valadão, ele iniciou sua carreira como radialista e locutor em Cachoeiro do Itapemirim (ES), cidade onde cresceu.

Apaixonado pelo cinema, fez sua estréia como ator no final da década de 1940, com pequenas pontas em produções da Atlântida - chanchadas como "Carnaval na Lama" (1949) e "Nem Sansão Nem Dalila" (1953), e até dramas atípicos da produtora, como o clássico "Também Somos Irmãos" (1949), de José Carlos Burle e "Amei um Bicheiro" (1952), de Jorge Ileli e Paulo Vanderley.

Depois de casar-se com Dulce Rodrigues, irmã de Nelson Rodrigues, em 1957, Jece se lança de corpo e alma nas montagens das peças do dramaturgo no fim da década de 1950 e início da seguinte.

Entre seus trabalhos mais clássicos estão “Os Cafajestes”, que provocou polêmica na época pelo nu frontal de Norma Bengell e a primeira versão de “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues.

Longe das telas desde 1997, quando interpretou o Comandante Dario, um papel atípico, em "Tieta", de Carlos Diegues, Jece perpetra uma inversão radical em sua vida pública ao se converter à Assembléia de Deus, chegando mesmo a tornar-se pastor evangélico - atividade à qual se dedica com afinco.

Em 2005, faz um retorno triunfal à telinha no papel do bicheiro Gebara, na minissérie "Filhos do Carnaval", produção da HBO e O2 Filmes, dirigida por Cao Hamburger.

Nos últimos anos, vinha atuando em novelas e séries de TV. Interpretou o "machão" Joe Wayne, na novela da Globo "Bang Bang" (2005), escrita originalmente por Mário Prata, e concluída por Carlos Lombardi e fez uma participação especial na novela "Cidadão Brasileiro" da TV Record. Protagonizou ainda o documentário "O Evangelho Segundo Jece Valadão". Antes de morrer ele estava envolvido no projeto do novo filme de Zé do Caixão, diretor que estava 30 anos afastado do cinema, "Encarnação do Demônio".


O ator se casou seis vezes e a união mais longa, de 14 anos, foi com a atriz Vera Gimenez, mãe da apresentadora Luciana Gimenez, enteada de Jece. De todas essas uniões o ator teve nove filhos e apenas um seguiu a carreira artística, Marco Antonio Gimenez.


Ele faleceu aos 76 anos, após agravamento no quadro de arritmia cardíaca. De acordo com o boletim médico do Hospital Panamericano, onde estava internado, foi feita uma tentativa de reversão no quadro, porém sem sucesso. O ator ficou internado mais de uma semana por comprometimento da função renal.

Perguntado, em uma entrevista, qual seria o momento mais marcante em sua carreira, Jece respondeu: "Quando ganhei meu primeiro prêmio como ator pelo filme “Rio 40 Graus”, de Nelson Pereira dos Santos. Na época, o Rio ainda era a capital da República e ganhei o prêmio no Festival do Rio. Por este filme fui premiado duas vezes: em 1955 e em 2005 quando o filme completou 50 anos".

Principais Filmes:
Rio 40 Graus - 1955
Rio Zona Norte - 1957
Os Cafajestes - 1962
Boca de Ouro - 1963
Bonitinha mas Ordinária - 1963
A História de um Crápula - 1965
Paraíba, Vida e Morte de um Bandido - 1966
A Navalha na Carne - 1969
Dois Perdidos numa Noite Suja - 1970
Memórias de um Gigolô - 1970
O Enterro da Cafetina - 1971
A Difícil Vida Fácil - 1972
O Mau Caráter - 1974
Nós, os Canalhas - 1975
Os Amores da Pantera - 1977
Eu Matei Lúcio Flávio - 1979
A Idade da Terra - 1980
Águia na Cabeça - 1984
Filhos do Carnaval - 2006

Fontes: UOL News, Site Carl Ole, site Adoro Cinema Brasileiro, IMDb, Site novela "Bang Bang".


Vídeos relacionados:

Filme "Rio Zona Norte" - 1957

http://inmemorian.multiply.com/video/item/156

Lúcia Lambertini




(São Paulo em 26/06/1926 - São Paulo em 23/08/1976).

Polivalente, foi atriz, diretora, produtora e autora brasileira.

Ela estreou em TV em 1952, vivendo a Emília da primeira versão de "Sítio do Picapau Amarelo", personagem que marcou sua carreira em definitivo.

Depois, Lúcia Lambertini participou do TV de Vanguarda e interpretou famosas personagens juvenis em especiais e teleteatros como Heidi, Pollyana, A Moreninha e O Pequeno Lorde.

Na década de 60, passou a escrever e dirigir para as TVs Cultura e Excelsior, onde fez "Quem Casa com Maria?", "Ilsa", "As Professorinhas", "Yoshico, Um Poema de Amor" e "Os Amores de Bob".

Como atriz, Lúcia Lambertini fez as novelas "Imitando o Sol", "As Professorinhas", "Quem Casa com Maria?", "Sozinho no Mundo" e "A Viagem" na TV Tupi onde fez a divertida dona Cidinha, proprietária de uma pensão.

Faleceu em São Paulo vítima de um ataque cardíaco.


Texto: Rodolfo Bonventti.

(LR)

Gilberto Martinho




(Araranguá, Santa Catarina em 14/01/1927 - Rio de Janeiro em 19/08/2001).


Jovem ainda muda-se para o Rio de Janeiro, onde inicia os estudos de arte dramática, no Teatro do Estudante.

Em 1950, estreou na Tupi paulista, fazendo pequenas novelas, participando da inauguração da TV no Brasil.

A convite de Henriette Morineau, integra o grupo Os Artistas Unidos. Em 1951 tem sua primeira oportunidade no cinema no filme "Maria da Praia", sendo apontado como a revelação do ano, ganhando o prêmio da ABCC. Também ganhou os prêmios Saci e o Índio, criados em 1952.

Passa a ser bastante requisitado para outros trabalhos no cinema, chegando a fazer muitos outros filmes como "Rua Sem Sol"; "O Diamante"; "Mãos Sangrentas"; "O Rei do Movimento"; "O Feijão É Nosso"; "Fuzileiro do Amor"; "Adorável Trapalhão" e "O Pistoleiro".

Paralelamente atua também com destaque na televisão, principalmente no papel de Falcão Negro, super-herói brasileiro de muito sucesso na década de 50, ao lado de Haydeé Miranda, que ficou sete anos no ar.

Sua estréia na TV Globo foi em 1967 na novela "Sangue e Areia". Durante quase dez anos, fez quase todas as novelas da emissora, interpretando principalmente vilões e coronéis.

Em 1970, ganha notoriedade nacional ao interpretar o Coronel Pedro Barros na novela "Irmãos Coragem" de Janete Clair.

Além de novelas, fez várias peças teatrais, inclusive nas companhias de Bibi Ferreira, Marlene/Luiz Delfino e de Graça Mello.

Participou, também com destaque das novelas "Selva de Pedra"; "Uma Rosa com Amor"; "Carinhoso"; "Fogo Sobre Terra"; "A Escrava Isaura"; "Gabriela"; "Pecado Capital"; "Cabocla"; "Maria, Maria"; "Memórias de Amor"; "Chega Mais"; "Baila Comigo" e da minissérie "O Tempo e o Vento". Sua última novela foi "Roda de Fogo", em 1986, na TV Globo.

Gilberto Martinho era casado e tinha três filhos e morreu de um câncer pulmonar.



Fontes: Site Globo, Site Teledramaturgia, Site Mundo Latino.Ru, Captura de Imagens (Youtube); Acervo Orias Elias

Isabel Ribeiro




(São Paulo em 08/07/1941 - Jundiaí, São Paulo em 13/02/1990).

Seu verdadeiro nome era Frederica Isabel Lat Ribeiro.


Começou a trabalhar cedo, e, no início dos anos 60 se apaixona pelo teatro, pisando no palco pela primeira vez em "A Bruxinha Que Era Boa", de Maria Clara Machado. Mas foi no Teatro Arena, com Augusto Boal, que faz sua primeira peça adulta, "A Mandrágora", iniciando aí uma carreira importante nos palcos brasileiros.Em 1964 muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a concentrar sua carreira.

Ainda nos anos 60 estréia no cinema em "ABC do Amor", no episódio "O Pacto". Na década de 70, Isabel Ribeiro tem dois de seus melhores momentos no Cinema Nacional. Em 1972 a atriz recebe prêmio Air France de Melhor Atriz,por sua atuação do filme "Madalena". Isabel Ribeiro recebeu também prêmios no Festival de Gramado por "Parceiros da Aventura", de José Medeiros, e pelo curta "A Voz da Felicidade", de Nelson Nadotti.Teve uma expressiva participação na cinematografia brasileira, trabalhando com os mais importantes diretores de cinema brasileiros, em filmes como: "São Bernardo", de Leon Hirszman;"Os Condenados" de Zelito Viana; "Os Herdeiros" de Cacá Diegues; "Feliz Ano Velho" de Roberto Gervitz; "Toda Nudez será Castigada" de Arnaldo Jabor, "O Coronel e o Lobisomem", de Alcino Diniz, entre outros.

Entra para a TV na década de 70, onde tem uma série de bons desempenhos em novelas. Um de seus grandes momentos é em "Duas Vidas"(1976).Teve papéis de destaque em novelas da Rede Globo e TV Tupi, como "O Grito" (1975), "Sinal de Alerta" (1978), "Gaivotas" (1979), entre outras.Na década de 80 atuou nas novelas "O Amor é Nosso","Sol de Verão", "Champagne" e "Helena"(1987) - seu último trabalho em TV.

É no cinema, já bastante doente, diganosticada com um câncer ósseo, que realiza seu último trabalho, no curta-metragem, "A Voz da Felicidade", de Nelson Nadotti, que lhe vale o prêmio de melhor atriz, em 1988, na categoria de curta, no Festival de Gramado.


Foi casada com o ator Altair Lima com quem teve dois filhos.


Fontes: Site Teledramaturgia, Site Adoro Cinema Brasileiro, IMDb, Wikepedia, Mulheres do Cinema Brasileira, Itaú Cultural, Acervo de Orias Elias.

Caíque Ferreira




(Rio de Janeiro em 1955 - Rio de Janeiro em 12/01/1994).

Ator, cantor e bailarino carioca, Carlos Henrique Ferreira da Costa, conhecido como Caíque Ferreira, iniciou sua carreira em 1970 na peça teatral "A exceção e a Regra".

No cinema, ficou conhecido pelo retirante Zé Branco de "Como Aventuras de um Paraíba", em 1983. Em 1984, fez "Flor do Desejo".

Não teatro, atuou em "Isadora e Oswald", "Grande e Pequeno" e "Apenas Bons Amigos". Seu trabalho de maior repercussão de crítica foi "Giovanni", adaptação para o palco do romance de James Baldwin, onde ele interpretava um homossexual, ao lado de Hugo Della Santa, em 1987.

Na TV, Caíque Ferreira estreou em "Brilhante" (1981), de Gilberto Braga. Trabalhou também em "Amor com Amor se Paga", "Sexo dos Anjos", "Corpo a Corpo" e "Olho por Olho".

Caíque Ferreira foi premiado, em 1991, em Düsseldorf, na Alemanha, com o musical "Acende a luz".

O ator deixou os originais de um romance intitulado «Vinho da Noite ', baseado em sua própria experiência, contando uma história de um homem de meia idade que entra em crise existencial quando descobre ter uma doença terminal e que está condenado um morrer.

Caíque Ferreira era irmão do diretor de fotografia Flávio Ferreira, que também atua no mundo artístico, na parte técnica das produções televisivas.

Caíque Ferreira morreu aos 39 anos, vítima de complicações decorrentes da Aids, em 12 de janeiro de 1994.


Fontes: Site Carl Ole, Site Gilberto Braga on-line, do site Adoro Cinema Brasileiro, Acervo Rodolfo Bonventti, Site Bia Sion; Wikipédia, Acervo de Fotos de óriás Elias.

Hélio Souto




(Rio de Janeiro, 25/03/1929 - Atibaia, São Paulo em 05/10/2001).

Um dia, ao sair de uma sessão de cinema no Roxy, em Copacabana, Hélio Souto foi surpreendido com um convite inusitado para fazer o filme "Garota Mineira". Era sua estréia no cinema, ao lado de Vera Nunes. Este foi o primeiro de uma série de mais de quarenta filmes de sucesso do primeiro galã das novelas brasileiras.

Hélio atuou nas novelas mais vistas da TV, como "A Moça que Veio de Longe", da TV Excelsior, e "A Grande Mentira", da Rede Globo.

Para Rosamaria Murtinho, sua parceira em "A Moça que Veio de Longe", a morte de Hélio foi uma grande tristeza. "Tivemos muitas vitórias juntos. Em dois meses com a novela no ar, ele conquistou o que o pessoal leva oito meses para conseguir. Ele foi o primeiro galã a mobilizar as massas, como prova a grande quantidade de cartas que recebia, o que seria o triplo do que os garotos de hoje recebem", lembra ela.

A trama mostrava Dr. Raul (Hélio Souto) que decide contratar uma empregada para sua casa. Acaba por contratar Maria Aparecida (Rosamaria Murtinho), uma moça que acabara de chegar à cidade e se apaixona perdidamente pela humilde moça.

O sucesso de "A Moça Que Veio de Longe" foi tão grande que para a exibição do último capítulo, o diretor da novela, Dionízio Azevedo, decidiu reunir todo o elenco no estádio Pacaembu, em São Paulo, num show que obteve um público de 200 mil pessoas, que aplaudiram e até desmaiaram com a presença dos ídolos.


Hélio começou a carreira no Teatro Universitário do Rio, onde interpretou diversos clássicos.

No cinema, atuou em "Sonhos de Menina Moça" (1987), "Pecado Horizontal" (1982), "Um Casal de 3" (1982), "A Volta de Jerônimo" (1981), "Mulher Objeto" (1981), "Noite de Orgia" (1980), "Motel, Refúgio do Amor" (1980), "O Cinderelo Trapalhão" (1979), "Desejo Selvagem" (1979), "Viúvas Precisam de Consolo" (1979), "Mulher Desejada" (1978), "A Noite da Fêmeas - Ensaio Geral" (1976), "Já Não Se Faz Amor Como Antigamente" (1976), "Bacalhau" (1975), "Os Desclassificados", (1972), "O Cabeleira" (1963), "Conceição" (1960), "Fronteiras do Inferno" (1959), "Dioguinho" (1957), "Três Garimpeiros" (1955), "Armas da Vingança" (1955), "Destino em Apuros" (1954), "O Homem Dos Papagaios" (1953), "Agulha no Palheiro" (1953), "Luzes nas Sombras" (1952), "O Comprador de Fazendas" (1951) e "Garota Mineira" (1950).

Em TV, Hélio Souto atuou em "Serras Azuis" (1998), "Memorial de Maria Moura" (1994) , "O Fantasma da Ópera" (1991), "Floradas na Serra" (1991), "A História de Ana Raio e Zé Trovão" (1990), "La Mamma" (1990), "Olho por Olho" (1988), "Brega & Chique" (1987), "Uma Esperança no Ar" (1985), "Meus Filhos, Minha Vida" (1984), "Guerra dos Sexos" (1983),
"Acorrentada" (1983), "A Filha do Silêncio" (1982), "Nem Rebeldes, Nem Fiéis"; "Dulcinéa Vai à Guerra" (1980), Cmo Salvar Meu Casamento" (1979), "Salário Mínimo" (1978), "Te Contei?" (1978), "Locomotivas" (1977), O "Espantalho" (1977), "Vidas Marcadas" (1973), "Vendaval" (1973), " O Tempo Não Apaga" (1972), "A Fábrica" (1971), "Super Plá" (1969), "A Grande Mentira" (1969), "A Ponte de Waterloo" (1967), "A Intrusa" (1967), "Sublime Amor" (1967),
"Os Irmãos Corsos" (1966), "A Ré Misteriosa" (1966), "A Inimiga" (1966), "Um Rosto Perdido" (1965), "Olhos que Amei" (1965), " O Mestiço" (1965), "Pecado de Mulher" (1965), "É Proibido Amar" (1964), "A Moça que Veio de Longe" (1964), "Helena" (1952).

Em 1983, ele viveu um de seus tipos inesquecíveis: o Nenê Gomalina da novela "Guerra dos Sexos". Depois da novela, dedicou-se ao teatro, atuando em "Festival de Ladrões", de João Bethencourt, que ficou oito meses em cartaz, e "Masculino Muito Singular", duas comédias de muito sucesso.

Em 1987, voltou para a TV para interpretar o seu 44º papel de galã em "Brega e Chique" (Globo), de Cassiano Gabus Mendes, no papel de Amadeu Correia. Em 1996, desmentiu publicamente a informação de que era meio-irmão do compositor Tom Jobim. Na época, a sua declaração surpreendeu até mesmo a família do músico.

Hélio Souto morreu de infarto, em seu sítio na cidade de Atibaia, no dia 05 de outubro de 2001.


Fontes: Sites IMBD, Pernambuco. Com , Sites Diversos.

Vídeos relacionados:

Novela "Vendaval"- 1973

http://inmemorian.multiply.com/video/item/111

Altair Lima




(Barretos, São Paulo em 08/07/1936 — Angatuba, São Paulo em 24/12/2002) .


Em 1969, produziu e atuou no musical "Hair".

Altair Lima teve papéis de destaque em várias novelas das TV´s Tupi, Excelsior, Record e Bandeirantes, como "A Viagem" (1976), "A Deusa Vencida" (1965), "O Tempo e o Vento" (1967), "Os Imigrantes" (1981) e "Gaivotas" (1979).

Na Globo, atuou em "Corrida do Ouro", de Gilberto Braga.

No cinema, trabalhou em filmes como Xica da Silva (1976), Um Intruso no Paraíso (1973), Fruto do Amor (1981), O Segredo da Múmia (1982), Bicho de Sete Cabeças (2001) e Narradores de Javé (2003).

Em 1996, voltou à TV na novela da TV Manchete "Xica da Silva". Consagrou-se no papel do asqueroso Jacobino, sendo inclusive indicado para prêmio de Melhor Ator.

Depois do sucesso estrondoso de "Xica", participou das novelas "Mandacaru" (1997), também na Manchete e em eguida foi para a TV Record onde fez "Louca Paixão" (1999) e "Roda da Vida" (2001).

O ator morreu em seu sítio em Angatuba, no interior de São Paulo, de um ataque cardíaco fulminante.

O último trabalho de Altair foi na peça 'Hamlet - Mensageiro da Agonia', que estava então em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso.

Altair tinha 43 anos de profissão e foi vencedor do prêmio Roquete Pinto pela interpretação e produção do musical 'Hair', na sua primeira versão em 1969.

Foi casado duas vezes, a primeira com a atriz Maria Célia Camargo e a segunda com a também já falecida atriz Isabel Ribeiro, com quem teve dois filhos.


Fontes: Site Teledramaturgia, IMDb, Flog Xica da Silva, Flog TV Tupi, Site Adoro Cinema Brasileiro, Acervo Rodolfo Bonventti.

domingo, 26 de novembro de 2006

Luiz Armando Queiróz




(Recife, Pernambuco em 1946 – Rio de Janeiro em 16/05/1999).

O ator e diretor de televisão e teatro Luiz Armando Queiroz ficou conhecido do grande público por sua interpretação do personagem Tuca, na série “A Grande Família”, da Rede Globo apresentada nos anos 70.

No cinema, atuou sob a direção de dois dos mais importantes diretores brasileiros: com Roberto Farias e Chico Botelho fez “Pra Frente Brasil” (1982) e “Janete” (1983). Em 1997, participou de “O que É isso, Companheiro?(1997)”, dirigido por Bruno Barreto.

Mas foi no teatro que Luiz Armando conseguiu o respeito da crítica com trabalhos de atuação e direção. Dois de seus trabalhos marcantes nos palcos, na década de 80 foram “Nossa Senhora das Flores” e “Esperando Godofredo – Quinze Anos Depois”.

Teve uma carreira bastante intensa na televisão dos anos 70, atuando em novelas como "Selva de Pedra", “Cuca Legal”, "Pecado Capital", "Estúpido Cupido”, "Espelho Mágico”, “Nina" e "Sinal de Alerta”. Nos anos 80, o ator trabalhou também na novela “Roque Santeiro” e em algumas produções da TV Manchete. Luiz Armando também cooperou como co-diretor nas novelas "A Idade da Loba" (1995) e "Os Ossos do Barão" (1997) e na minissérie “Chiquinha Gonzaga" (1999).

No início da década de 90, afastou-se um pouco da TV dedicando-se a cursos de teatro e apresentação de convenções e shows beneficentes.

O ator morreu aos 52 anos, vítima de câncer, na Clínica São Vicente, após passar dois meses internado. Segundo o boletim divulgado pela direção do hospital, houve "falência múltipla dos órgãos, em conseqüência da quimioterapia a que vinha se submetendo para tratamento de um linfoma".


Fontes: Imdb, Site Astros e Estrelas, Portais de notícias diversos.

Célia Helena


Foto cedida por Rodolfo Bonventti.

(São Paulo em 1936 - São Paulo em 29/03/1997).

A atriz Célia Camargo Silva, mais conhecida como Célia Helena, aos 16 anos, fez o curso de formação de intérpretes no Centro de Estudos Cinematográficos de São Paulo, onde conheceu Ruggero Jacobbi e José Renato, entre outros.

Estreou no filme “Fatalidade”, com direção de Jacques Marrete e, na seqüência, fez “Chamas no Cafezal”, ambos em 1952, produzidos pela Cia. Cinematográfica Vera Cruz.

No ano seguinte, Célia Helena estreou no teatro ao lado de Cacilda Becker e Paulo Autran, na comédia “Inimigos Íntimos”.

Com o fim da Vera Cruz, ela foi para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e esteve presente nas principais montagens do grupo Oficina nos anos 60, como em “A Vida Impressa em Dólar” e “Pequenos Burgueses” – onde, interpretando Tatiana, arrebatou todos os prêmios de melhor atriz de 1963. Lá, conheceu e casou com Raul Cortez, com quem teve a filha Lígia.

Ao longo da carreira recebeu prêmios como o de melhor atriz coadjuvante em ”O Balcão”, de Jean Genet e o prêmio Molière de melhor atriz de 76, por “Pano de Boca”, de Fauzi Arap.

A partir de 1980 lançou-se a um projeto pessoal de amplas repercussões: a criação de um centro de educação teatral para jovens - a Teatro Escola Célia Helena, fundado em 1977 - que, a partir de 1983, passou a oferecer também um curso profissionalizante de formação de atores. As atividades junto à escola a mantiveram afastada dos palcos por um longo período.



Na televisão, Célia participou de algumas telenovelas de sucesso: "Vila do Arco" em 1976 na TV Tupi; “Brilhante”, 1982; “Partido Alto”, 1984; “Direito de Amar”, 1987; e “Mandala”, 1988, todas na Rede Globo e "Sabor de Mel" na TV Bandeirantes. Sua última participação foi num episódio do programa “Você Decide”, Rede Globo, em 1995.

No dia 6 de março de 1997, internou-se no hospital Albert Einstein para extrair, por meio de uma cirurgia, um câncer raro que ataca as paredes dos vasos sanguíneos. Célia Helena não resistiu à operação, entrou em coma e faleceu aos 61 anos, no sábado, 29.

Na ocasião da morte de Célia,sua filha Lígia Cortez, também atriz, registrou algumas palavras sobre a carreira de sua mãe: "Célia Helena atriz conciliou um difícil paradoxo dos atores: ser público sem perder a privacidade, a generosidade e discrição. Admiro muito a forma como ela atuou na ditadura. Nunca foi a primeira da fila das passeatas. Apenas agia. E como. Ajudou de muitas formas muitos colegas. (...) Comecei com ela no Teatro Célia Helena, aliás, desconfio que ela fundou o teatro muito por minha causa. Sinto orgulho quando lembro que minha mãe valorizou o teatro na sua essência. Ela deu uma dimensão maior ao trabalho de atriz. Foi uma grande educadora. Ficamos Elisa (a filha que teve no seu casamento com o arquiteto Ruy Ohtake) e eu. Aprendemos sobretudo a beleza e a dignidade do trabalho profundo, pesquisador e quieto. Feito sem alarde, mas na sua essência revolucionário".


Fontes: Site Raul Cortes; Acervo Rodolfo Bonventti; Itaú Cultural;Portais de notícias.