segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Flora Geny




(São Paulo em 19/04/1929 - São Paulo em 22/12/1991).

Flora Geny era filha dos imigrantes espanhóis Maria Laret Montserrat e Francisco Tortejada, ambos catalões. Passou a infância no Tucuruvi, mais especificamente na Vila Mazzei.

Desde muito cedo Flora mostrou aptidões artísticas. Primeiramente sua ambição se dirigiu para a área musical, pois era a época dos " reis e rainhas do rádio", grandes cantores e cantoras que marcaram época. Fez vários testes e conseguiu o emprego de crooner da orquestra de Silvio Mazzuca. Participou de várias excursões e animou bailes carnavalescos. Como possuía uma voz marcante foi convidada para trabalhar como rádio-atriz. Acabou se apaixonando pelo novo trabalho, a ponto de esquecer por completo a incipiente carreira de cantora.

Migrou para a televisão desde o seu surgimento. Flora aparece no filme (hoje se chamaria clip) promocional, no qual a TV Tupi fez desfilar o grande elenco de artistas que iria participar da inédita programação. Como era ávida leitora, usufruindo sempre que podia dos romances da biblioteca Mário de Andrade, complementou seu trabalho de atriz realizando diversas adaptações de textos para a televisão. Era uma época em que todos ainda estavam aprendendo a lidar com aquela linguagem nova, na era pré-video-tape.

No início dos anos 60, a televisão brasileira estava em outra fase. O período heróico da televisão ao vivo havia se encerrado com a chegada do vídeo-tape. Outras emissoras já competiam no mercado, como a TV Excelsior - canal 9, que chegou com grande força, levando muitos dos atores e atrizes da Tupi. Flora foi uma das atrizes que migraram para a nova estação. E lá ela alcançou a sua maturidade como atriz.

Participou ativamente do processo de estabelecimento da telenovela como um signo cultural brasileiro, atuando em momentos decisivos deste formato, como em "Redenção". Fazia em geral papéis fortes, de vilã, e deste modo torturou a iniciante Regina Duarte no sucesso "A Grande Viagem", de Ivani Ribeiro.

Mas seu momento mais marcante foi sem dúvida a novela "A Outra Face de Anita", também de Ivani Ribeiro, quando fez o papel-título. A novela se constituiu num fenômeno de audiência que consagrou definitivamente o gênero nascente. Depois foi transformada no filme "O Anjo Assassino", também protagonizado por ela e dirigido por Dionisio Azevedo.

Flora Geny, além de atriz, também foi redatora e fazia adaptações, sendo que seus principais trabalhos foram: “Olhos Mortos de Sono”, de Tchecov “Sherazade”. As Mil e uma Noites”.

Casada com o também ator e diretor Dionísio Azevedo, o casal teve dois filhos: Dionísio e Noel, que faleceu em um acidente de automóvel aos 15 anos. Flora Geny, espiritualista e altruísta, após esse drama dedicou-se ao próximo.


Fontes: Site Dionisio Azevedo, Site Memória da TV, Acervo Rodolfo Bonventti.

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