(Vila Ribeiro, Fazenda Santana, São Paulo em 23/06/1916 - Campinas em 02/05/1977).
Após perder o pai com três anos e a mãe com 11 anos, foi criada pela avó materna e expulsa da casa depois de sua morte. Como não quis trabalhar na roça, foi cozinhar para uma família na cidade. No entanto, a família resolveu levar Isaura para ajudar na casa de parentes, em São Paulo.
No período em que ficou grávida sem estar casada, não podia dormir no emprego, então saia do trabalho e ia para a gafieira, bailes noturnos - geralmente começavam por volta das 20h e terminavam à 0h -, onde as domésticas se encontravam. Ao final, sem ter onde dormir, seguia para uma igreja, banheiro público ou casas de cômodo, os cortiços, casarões antigos cujos quartos eram alugados para pessoas de baixa renda, nos quais o banheiro, cozinha e área de lavanderia eram coletivos e as condições de higiene precárias. A filha morreu de pneumonia com poucos meses de idade.
No entanto, a freqüência nas gafieiras foi a porta de entrada de Isaura para o mundo do estrelato. Após recusar o papel, a cozinheira do diretor Walter Foster, conheceu Isaura nas gafieiras, indicou-a para trabalhar no filme "Luar do Sertão", em 1949. Nascia uma atriz.
Na TV, destacou-se ao interpretar os personagens Tia Anastácia (no programa infantil "Sítio do Pica-Pau Amarelo", 1964) e Mamãe Dolores na primeira versão da telenovela "O Direito de Nascer" (TV TUPI, 1965).
Na novela "O Direito de Nascer", Isaura era Mamãe Dolores, empregada da tradicional família Juncal, cuja filha engravidou de um integrante de um clã inimigo. Dolores foge com a criança, a cria e educa em outra cidade. Baseada no texto do cubano Félix Caignet e ambientada nas cidades de Havana e Santiago do início do século 20, a trama fez tanto sucesso que na festa de encerramento, no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, uma multidão gritava o nome dos personagens principais.
Seu último trabalho foi a telenovela "A Cabana do Pai Tomás" (Rede Globo, 1969).
Fontes: Jornal Comércio do Jahu, Flog O Faz de Conta de Lobato, Site Teledramaturgia, Acervo Rodolfo Bonventti.
Para quem não sabe, ela é a autora da obra culinária "Quitutes Deliciosos da Mamãe Dolores" (em 5 volumes), onde há receitas alusivas aos colegas de trabalho que teve.
ResponderExcluirSegundo o documentário "A Negação do Brasil" (sobre os papéis destinados a atores negros na TV brasileira) Isaura teria sido localizada em seus últimos anos de vida, empobrecida, vendendo doces em uma praça em são Paulo.
ResponderExcluirDesulpe-me, mas o comentário acima é falso, e sem fundamento, Isaura Bruno, residia em Campinas, no bairro do cambuí, passava certa dificuldade financeira, mas recebia direitos autorais referentes a coleção de livro de culinária "saborosos quitutes da mamãe dolores, faleceu em campinas na santa casa de misericórdia em 02/05/77, mais uma obs. ela não gostava de fazer doces.
ResponderExcluirGostaria de saber um pouco mais sobre essa atriz, a história de vida dela é bem interessante e sofrida.
ResponderExcluirEncontrei esse vídeo gravado no encerramento da novela O Direito de Nascer, vale a pena conferir!
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=QwuakKuknXs
Encontrei mais esse vídeo com a nossa atriz:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=kpacHj8VVfk