quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Paulo Gracindo




(Rio de Janeiro em 16/06/1911 - Rio de Janeiro, 04/09/1995).

Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo, mais conhecido como Paulo Gracindo, nasceu no Rio e foi levado ainda bebê para Maceió, onde o pai, Demócrito Gracindo, era um eminente político, recebeu uma educação severa que visava uma torná-lo um intelectual. Aos 18 anos, Paulo Gracindo, ainda Pelópidas, foi levado pelo movimento tenentista para o Rio de Janeiro, onde, longe das bengaladas do pai, ingressou em grupos mambembes de teatro.

Indignada com sua opção profissional, uma família cortou-lhe uma mesada, o que o forçou uma decorar uma peça por dia, viver como nômade e até passar fome e dormir ao relento. Ainda na década de 1930 entrou para o Grupo Ginástico Português de Amadores, e na terceira apresentação da peça "O Tabelião Pomet", foi contratado por Oduvaldo Viana (pai). Sua primeira peça profissional foi "A Bela ea Fera", de Bernard Shaw, ao lado de Dulcina de Morais. Começava ali uma carreira de mais de 80 peças, com destaque para "Gata em teto de Zinco Quente", "O Preço", "O Rei de Ramos", de Dias Gomes; "Sábado, Domingo e Segunda", e "A História é uma História "(1993), de Millôr Fernandes, sua última peça.

Em meados da década de 1930, Gracindo chegou ao rádio. Começou como locutor na Rádio Tupi e, em 1938, entrou para a Rádio Nacional, onde permaneceria até a década de 1960. Embora viesse um quarenta anos depois lamentar o tempo que dedicou ao rádio ( "Eu podia estar agora na altura de um Paulo Autran", disse certa vez), foi nele que Paulo Gracindo alcançou seu primeiro momento de grande Popularidade. Como radioator, foi o gala Albertinho Limonada, de "O Direito de Nascer" e, no humor, imortalizou o Primo Rico, no "Balança Mas Não Cai", quadro que, ao lado do "Primo Pobre" Brandão Filho, levou para um televisão.

Como apresentador, teve seu próprio programa de Auditório, sendo responsável pelo lançamento de diversos nomes da música popular brasileira, como Emilinha Borba.

Em 1969, Paulo Gracindo não considerava o cinema uma arte tão séria quanto o teatro, o que não o impediu de participar dos filmes mais importantes do Cinema Novo. Depois de tímidas participações em comédias da Cinédia Nas décadas de 1930 e 1940, uma sétima arte teve a honra da presença de Gracindo em "A Falecida" (1964), adaptação de Leon Hirszman do texto de Nelson Rodrigues, "Terra em Transe" ( 1967), de Glauber Rocha; "Cara um Cara" (1968), o primeiro filme de Júlio Brassane; "Copacabana me engana" (1969), de Antônio Carlos Fontoura, "Tudo Bem" (1978), de Arnaldo Jabor; e "Amor Bandido" (1978), de Bruno Barreto.

Com o "TDO Show", na TV Rio, Paulo Gracindo estreou na televisão. Mudou-se para a TV Globo em 1965, ano em que a emissora foi fundada, mas só na década seguinte receberia os papéis que lhe trouxeram o reconhecimento por seu trabalho. Na novela "Bandeira Dois" (1971) interpretou o inesquecível bicheiro Tucão, levado para o palco depois em "O Rei de Ramos". Em "O Bem Amado" (1973), viveu aquele que seria o seu personagem mais famoso: Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira.

O Coronel Ramiro Bastos de "Gabriela" (1975) foi outro grande momento, assim como o Antenor de "Os Ossos do Barão" (1973), o João Maciel de "O Casarão" (1976), o Quincas Berro D'Água do especial "A Morte ea Morte de Quincas Berro D'Água" (1978), o Padre Hipólito de "Roque Santeiro" (1985), o Candinho de "Hipertensão" (1986), o Betinho Figueroa de " Rainha da SUCATA "(1990) eo Arlindo Cachorrão de" Vamp "(1991), entre outros papéis marcantes.

Em 1980, estreou na TV Globo o seriado "O Bem Amado", que teve como base uma novela que Dias Gomes escreveu em 1973. Paulo Gracindo viveria novamente o prefeito Odorico Paraguaçu até 1984.

Seu último papel na televisão, que Desempenhou com uma memória já bem debilitada pelo mal de Alzheimer, foi na minissérie "Agosto", em 1993.

Fontes: Arquivo Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Site Teatro Municipal de Petrópolis, do site Teledramaturgia.



Vídeos Relacionados:

Seriado "O Bem Amado" - 1980

http://inmemorian.multiply.com/video/item/126

6 comentários:

  1. Prezado LL (?),
    Em primeiro lugar, parabéns pela iniciativa do BLOG.
    Estou preparando uma exposição foto biográfica sobre o ator Paulo Gracindo.
    Você poderia me indicar onde conseguiu estas fotos maravilhosas?
    Agradeço imensamente se puder me dar alguma orientação.
    Atenciosamente,
    Claudia Torres

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  2. Oi,
    Sou Claudia Torres,
    esqueci de enviar meu contato para um possivel intercâmbio.
    claudiatorres61@yahoo.com.br

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  3. Eu era muito pequena, quando vi o meu pai rindo e fui ver oque era, ele estava assistindo a novela Gabriela, onde o Paulo Gracindo aparecia como um coronel.
    Acompanhei a novela até o final, torcendo pelo coronel.
    Muito tempo depois, assisti a várias novelas com este ator.
    Para sorte nossa, ele deixou vários trabalhos.

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  4. Em 1993 tive a honra de conhece-lo pessoalmente. Foi atraves de um grande amigo do ator na epoca. Ele era alto e andava com auxilio de sua bengala. Osvaldo Cozzens Boston MA USA

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  5. Claudia,

    as fotos foram conseguidas de jornais, revistas, sites e muitas delas enviadas por fãs do ator. Algumas também foram tiradas de videos ou DVDs de filmes que Paulo Gracindo participou.

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