domingo, 26 de novembro de 2006

Mario Lago




(Rio de Janeiro, 26/11/1911 — Rio de Janeiro, 30/05/2002).

Autor de sambas populares como "Ai, que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra", ambos em parceria com Ataulfo Alves de Sousa, Mário Lago fez-se popular entre as décadas de 40 e 50, tradicionalizando o samba ainda mais, como principal música brasileira.

Ator vistoso do teatro brasileiro, no gênero comédia, poeta e radialista; Mário Lago é ícone do folclore nacional e faz-se imortal com suas canções populares ou mesmo as de samba-enredo, feitas para o carnaval. Morreu de câncer no fígado.

Mário Lago trabalhou durante muitos anos na Rede Globo de televisão. Um nato carioca, compositor, ator, poeta, radialista, advogado e militante do Partido Comunista por longo período, Mário Lago é filho de um maestro, Antônio Lago, e encontrou nas letras o seu refúgio intelectual. Começou pela poesia, e teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos. Depois, advogado, envolveu-se com o teatro de revista, escrevendo, compondo e atuando. Sua estréia como letrista de música popular foi com "Menina, Eu Sei de uma Coisa", parceria com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação de "Nada Além", da mesma dupla de autores. Em 1978 lançou o vinil "Retrato".

Suas composições mais famosas são Ai que Saudades da Amélia, "Atire a Primeira Pedra", ambas em parceria com Ataulfo Alves; "É Tão Gostoso, Seu Moço", com Chocolate, "Número Um", com Benedito Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora", em parceria com Roberto Roberti, que ficou consagrada na interpretação de Carmen Miranda.

Em Amélia, os versos "Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade", ficaram tão popular que se tornaram sinônimo de mulher submissa, dedicada aos trabalhos domésticos, entre outras adjetivações. Mas o Brasil em massa ficou conhecendo Mário Lago nas telas, quando passou a atuar em novelas "Casarão", "Pecado Capital" e "Brilhante", entre outras. Também atuou em peças de teatro e filmes, como "Terra em Transe", de Glauber Rocha.

Autor dos livros "Na Rolança do Tempo" (1976), "Bagaço de Beira-Estrada" (1977) e "Meia Porção de Sarapatel" (1986), foi biografado em 1998 por Mônica Velloso na obra: "Mário Lago: boêmia e política". A escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz homenageou Lago em 2000. Em janeiro de 2002, o presidente da Câmara, Aécio Neves, foi à sua residência no Rio para entregar-lhe solenemente a Ordem do Mérito Parlamentar. Na sua última entrevista ao JB, Mário revelou que estava escrevendo sua própria biografia. Convincente nas palavras, estava certo de que chegaria aos 100 anos. "Fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele".

Morreu aos 90 anos de idade, em sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, vítima de um enfisema pulmonar.

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