quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Adriana Prieto




(Buenos Aires, Argentina em 1950 - Rio de Janeiro em 24/12/1975).

Adriana Prieto nasceu na Argentina, filha de pai chileno e mãe brasileira, e veio para o Brasil aos quatro anos de idade.

Menina reservada, apenas revelava que era filha de um pai ausente, um irmão homossexual e uma mãe a quem rejeitava, mas com a qual se preocupava, apesar de a terem mandado para um internato de freiras. Num dos raros desabafos, com a amiga Márcia Rodrigues, contou que essas mesmas freiras a molestaram, o que teria reforçado sua fragilidade, abreviado sua infância e, talvez a tenha impedido de desenvolver a sexualidade de maneira livre e boa. Adriana não se despia na frente das amigas, todas adolescentes desinibidas criadas à beira da praia do Rio de Janeiro; curiosamente, deixou para fazê-lo mais tarde nas telas. Nem tampouco falava de sexo, assunto quase que predominante naquele mundinho feminino cheio de fogo e de curiosidade em relação aos homens.

Seu irmão Carlos, segundo conta a amiga e atriz Márcia Rodrigues, tomou Adriana como "projeto de vida". Era evidente o esforço excessivo que Adriana fazia para caber naquele personagem anacrônico, híbrido, que o irmão escrevera para ela: ele a maquilava, escolhia suas roupas, a ensaiava e ensinava a imitar atitudes, gestos, olhares de Marlene Dietrich. E Adriana se deixava guiar pelo sonho do irmão, que nascera desejando ter sua beleza, seu talento e seu sexo. E lá ia ela, atuando, até certo ponto, como uma Greta Garbo de subúrbio, como diria, talvez, Nelson Rodrigues.

Na tela, o que predominava era seu frescor, seu talento. Quando ela ganhou seu primeiro dinheiro de verdade, investiu em um apartamento em Copacabana, onde instalou mãe e irmão.

Sua estréia no cinema já foi com destaque, no filme cult de Nelson Pereira dos Santos, `El Justiceiro`, em 1967. A atriz tem apenas pequenas passagens pela TV, sendo o cinema o seu veículo escolhido. E foi nele que construiu uma carreira de 18 filmes e trabalhou, entre outros, com nomes fundamentais do Cinema Novo como o citado Nelson, David Neves, Roberto Santos e Arnaldo Jabor.

A atriz, que ao estrear em "El Justiceiro" ganhou o prêmio Governador do Estado, recebeu o prêmio `Air France` em 1971 por "Lúcia McCartney - Uma Garota de Programa". Adriana Prieto tem momentos marcantes também em "Os Paqueras"; "Memórias de Helena"; "O Palácio dos Anjos"; "Um Anjo Mau", "A Viúva Virgem" e "O Casamento", seu impactante último trabalho.

Adriana participou dos filmes:

- `El Justiceiro` (1967), de Nelson Pereira dos Santos;
- `A Lei do Cão´ (1967), de Jece Valadão;
- `As Sete Faces de Um Cafajeste´ (1968), de Jece Valadão;
- `Os Paqueras` (1969), de Reginaldo Farias;
- `As Duas Faces da Moeda´ (1969), de Domingos de Oliveira;
- `A Penúltima Donzela´ (1969), de Fernando Amaral
- `Balada da Página Três´ (1968), de Luiz Rosemberg;
- `Memórias de Helena`(1969), de David Neves;
- `Uma Mulher Para Sábado´ (1971), de Maurício Rittner;
- `O Palácio dos Anjos` (1970), de Walter Hugo Khouri;
- `As Gatinhas´ (1970), de Astolfo Araújo;
- `Ipanema Toda Nua´ (1971), de Líbero Miguel;
- `Lúcia McCartney - Uma Garota de Programa`(1971), de David Neves;
- `Soninha Toda Pura` (1971), de Aurélio Teixeira;
- `Um Anjo Mau´(1972), de Roberto Santos;
- `A Viúva Virgem` (1972), de Pedro Carlos Róvai;
- `Ainda Agarro essa Vizinha` (1974), de Pedro Carlos Róvai;
- `O Casamento`(1975), de Arnaldo Jabor.

Adriana Prieto teve morte trágica, na véspera de Natal de 1975, vítima de um acidente de automóvel.

Fontes: Site Mulheres do Cinema Brasileiro, Portal Heco, Acervo Rodolfo Bonventti.

6 comentários:

  1. como uma mulher tao linda quanto ela .pode nos privar de tamanho talento e beleza tao cedo. realmente e uma tragedia.

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  2. Realmente muito trágico , seu fusca foi colhido por um carro da polícia .

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  3. Realmente muito trágico , seu fusca foi colhido violentamente por um carro da polícia .

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  4. Realmente muito trágico , seu fusca foi colhido violentamente por um carro da polícia no dia do Natal

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  5. Fisicamente lembrava muito Marlene Dietrich jovem.

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