terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Manoel da Nóbrega




(Niterói, Rio de Janeiro em 1913 - São Paulo em 16/03/1976).


Estudava Economia quando resolveu começar sua carreira artistica no rádio, em 1931, ainda no Rio de Janeiro. Quando veio para São Paulo, no início da década de 40, foi direto para o rádio e trabalhou em emissoras como Cultura, Nacional, Tupi e Piratininga. No rádio, foi responsável por diversos programas, entre eles, "Domingo sem Bola", apresentado no auditório da Rádio Nacional de São Paulo, e "Zé da Bronca", onde vivia o papel-título pela mesma emissora, em 1956.

Sua importância para o humor de rádio e de TV foi muito grande e criou programas como "Cadeira de Barbeiro", pela Rádio Piratininga, na hora do almoço. A estrutura era baseada no diálogo entre um barbeiro e seu cliente, cujo assunto principal retratava uma situação político-social da época. Participava também sempre um engraxate que interrompia de vez em quando uma conversa e perguntava: 'Vai graxa, Doutor? "


Na TV estreou na década de 50. Seu mais famoso trabalho foi a criação do humorístico "A Praça da Alegria", que comandou durante 14 anos, a partir de 1956, através da extinta TV Paulista, das Organizações Victor Costa, e depois transferiu-se para a TV Record e TV Tupi . Pelo banquinho da "A Praça da Alegria" passaram mais de duzentas personagens e os maiores humoristas brasileiros, interpretando textos e personagens, a maioria delas criada pelo próprio Manoel, que se inspirava em tipos reais das praças centrais de São Paulo dos anos 50/60.

Descobridor de talentos, Nóbrega levou à fama dezenas de artistas como: Ronald Golias (no papel de seu e-Pacífico, mais tarde, o Bronco), Chocolate, Canarinho, Moacir Franco (o mendigo), Maria Tereza (uma fofoqueira), Consuelo Leandro (a mulher do Oscar), Costinha, Walter D'Ávila, José Vasconcelos, Murilo Amorim Correa e Zilda Cardoso (Catifunda).


Em 1970, Manoel da Nóbrega se desligou da produção do programa dizendo que estava em uma praça em obras. "Ela não acabou, apenas vai ficar interditada para reformas. Se todas as praças são remodeladas, por que não a minha?", Perguntava-se. O velho humorista sentia-se cansado. Já havia criado 200 personagens diferentes e percebeu que podiam estar cansando o público. De fato a praça não acabou e saiu da reforma parando de novo na Globo onde teve o comando de Miele.


Manoel da Nóbrega faleceu aos 62 anos e deixou uma lacuna no humor de linha ingênua e popular. A Praça continuou sua trajetória no SBT onde, com o nome de "A Praça é Nossa", é apresentada pelo seu filho Carlos Alberto da Nóbrega.


CURIOSIDADES:
-> Ainda nos anos 50 , Nóbrega convidou Silvio Santos para trabalhar em sua firma, o Baú da Felicidade, que funcionava em condições precárias, situada num porão de um prédio em reforma, sem arquivos e com um caixote servindo de mesa. Apesar da situação, o animador dedicou-se com entusiasmo ao desafio e, em 1961, Nobrega vendeu sua parte, deixando o sócio sozinho. Silvio Santos fez uma fortuna a partir daí, mas sempre manteve sua amizade com Nóbrega, a quem convidou para ser diretor da sua primeira concessão de TV, a "TVS" do Rio de Janeiro. Pouco depois da inauguração da emissora, o veterano artista veio a falecer.


-> O humorista Manoel da Nóbrega queria inventar um novo programa para uma TV. Por isso, enquanto tentava se concentrar alimentando os pombos numa praça em Buenos Aires, teve uma súbita inspiração. Ele começou a notar os tipos diferentes que se sentavam no banco daquela praça e percebeu que num cenário único, poderia reunir vários personagens engraçados e muito diferentes entre si. Assim nasceu a Praça da Alegria.


-> Nobrega também foi jornalista e deputado estadual por São Paulo.


(AE)
Fonte: Wikipédia, CineTv Brasil, Sites de TV Diversos; Arquivo Rodolfo Bonventti.

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